Cotidiano

Preço da cerveja sofre reajuste de até 28%

Distribuidoras culpam reajustes nos impostos, cobrança de frete e alta do dólar pelo aumento do preço da cerveja

O consumidor que foi às distribuidoras, bares e supermercados de Boa Vista para comprar cerveja, no decorrer desta semana, se surpreendeu com o reajuste no preço do produto. Em uma das marcas mais consumidas foi registrado um aumento de 28%. Nos demais fabricantes, o impacto foi menor e ficou entre 12% e 15%. Os preços sofreram alterações devido a reajustes nos impostos que incidem sob o produto, cobrança de frete e a alta do dólar.

O representante de uma empresa que comercializa três marcas diferentes entre as distribuidoras em Boa Vista, Paulo Cezar Gonçalves, informou que antes o fabricante não cobrava pelo frete. “Até o início do mês, não pagávamos pelo transporte do produto. Como passamos a arcar com essa despesa, tivemos que reajustar o preço em 28%”, explicou.

Outro motivo apontado por ele foi o reajuste nos impostos que incidem sob o produto. Ele lembrou que, em agosto, o Governo Federal autorizou aumento na Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e no Programa de Integração Social (PIS), contribuições tributárias que financiam a seguridade social.

Além de aumento nos impostos e no frete, a alta do dólar no mercado internacional também afetou no reajuste. “Muitos dos ingredientes utilizados na fabricação de nossa cerveja são selecionados e importados. Com a disparada da moeda americana, eles ficaram mais caros”, salientou Gonçalves, ao destacar que, apesar do reajuste, a empresa está em negociações com a representação nacional para que o impacto no bolso do consumidor final seja menor.

O gerente comercial de uma empresa que comercializa outras cinco marcas de cerveja entre as distribuidoras, Rafael Andrade, informou que o reajuste no preço dos produtos ficou entre 12% e 15%. Ele também atribui o aumento do produto ao reajuste dos impostos e no frete que subiu com o aumento no preço do combustível no início do mês.  “Nós somos contra este aumento. Estamos trabalhando para manter o preço mais justo aos consumidores, para que eles não abram mão do lazer proporcionado pelo produto, por isso nosso reajuste ficou bem abaixo dos demais fabricantes”, detalhou.

Em pesquisa no mercado local, a Folha detectou um reajuste de 17% em uma das marcas mais vendidas. Antes, a caixa com 12 latas de cerveja de uma das marcas mais vendidas custava, em média, R$ 24,00 nas distribuidoras da zona Oeste. Com o reajuste, saltou para R$ 30,50. Na zona Leste, o mesmo produto custava em média R$ 26,00 e passou para R$ 32,00.

Os novos preços não agradaram os consumidores. O servidor público Raimundo Lopes costuma comprar entre quatro e seis caixas de latas de cerveja no fim de semana. “Tudo aumenta, menos o nosso salário. A inflação vai acabar com o padrão de vida que muitos brasileiros levam”, disse.

O auxiliar administrativo Antônio Carlos Almeida passou a comprar menos cerveja nos finais de semana. “Antes comprava umas quatro caixas, agora estou sem condições de bancar isso tudo e passei a comprar duas. Agora a solução é juntar um grupo maior de amigos para dividir o preço entre mais pessoas”, disse. (I.S)