O trabalhador assalariado em Boa Vista novamente sentiu no bolso a elevação no preço da cesta básica, que sofreu aumento percentual de 3,13% e chegou a R$ 396,88, em maio. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza a pesquisa mensalmente, a capital registrou o 12º maior custo do conjunto básico de alimentos entre as 27 cidades pesquisadas.
Nos cinco primeiros meses de 2016, segundo o Dieese, a cesta acumulou taxa de 9,06% na Capital. O Departamento informou que o trabalhador boa-vistense, que recebe o equivalente a um salário mínimo, cerca de R$ 880,00, comprometeu 49,02% da remuneração líquida, ou seja, após os descontos previdenciários, com a cesta básica de maio. Em abril, o percentual exigido era de 47,53%.
Para conseguir comprar uma cesta básica, o boa-vistense que recebe apenas um salário mínimo precisou cumprir, no mês passado, jornada de 99 horas e 13 minutos, maior que as 96 horas e 12 minutos registradas em abril.
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que mensalmente o valor do salário mínimo atual necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, em maio, deveria ser de R$ 3.777,93, ou 4,29 vezes mais que o mínimo de R$ 880,00. Em abril, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.716,77, ou 4,22 vezes mais que o piso vigente.
Para realizar a pesquisa, o Departamento visitou 87 estabelecimentos comerciais que englobam supermercados, feiras livres, padarias e açougues distribuídos em quase todos os bairros de Boa Vista.
PRODUTOS – Apesar da estabilidade no preço da cesta básica no mês de maio, em comparação ao mês anterior, boa parte dos produtos que compõem a cesta, em Boa Vista, apresentou elevação de preço acima da média. Desta vez, o feijão carioquinha foi o item da lista que mais sofreu reajuste, com aumento de 7,12%. A banana regional, que sempre figurou entre os alimentos mais caros, devido à escassez do produto, sofreu elevação de 4,95%.
Os produtos que seguiram em alta foram a carne bovina de primeira, com 4,20%, o açúcar, com elevação de 3,75%, o tomate, com reajuste de 3,62%, e a farinha de mandioca, que teve alta de 3,27%. Os produtos com aumento abaixo do percentual médio da cesta foram: a manteiga, com acréscimo de 1,70%, e o arroz agulhinha, com 0,41%.
Foram registradas reduções nos preços dos seguintes produtos: leite integral (-0,78%), café em pó (-0,73%), óleo de soja (-0,64%) e pão francês (-0,51%).
Na Capital, os 12 produtos que compõem a cesta básica são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Ao contrário de outros estados, a batata não é incluída na cesta do boa-vistense. (L.G.C)