O valor da saca de arroz nas principais indústrias do Estado aumentou cerca de 25% nos últimos seis meses. Conforme o Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Grãos de Roraima (Sindigrãos), a redução da área de plantio do grão e os altos preços dos insumos são os principais motivos do aumento.
A vendedora Elisângela Azevedo, de um comércio localizado no Centro da Capital, disse que o preço do arroz subiu consideravelmente desde o início do ano. “Hoje compramos a saca do produto por R$ 80. Na semana passada, custava R$ 75 e no início do ano, o valor era de R$ 65. As indústrias alegam que é por conta da crise financeira que atinge o País”, frisou.
Elisângela disse que empresários, donos de supermercados e de pequenos comércios do Estado estão comprando cada vez mais. “Muitos empreendedores do município de Pacaraima, na região Norte do Estado, por exemplo, estão comprando mais arroz do que o normal, pois dizem que muitos venezuelanos estão adquirindo o produto na fronteira por conta da escassez de alimentos no país vizinho”, comentou a vendedora.
De acordo com a presidente do Sindigrãos, Isabel Itikawa, nos últimos anos Roraima sofreu uma drástica redução em sua área de plantio. “Antes a área total de plantio era de 25 mil hectares. Atualmente, estamos trabalhando com cerca de 13 mil hectares, o que representa queda de aproximadamente 50%”, relatou.
O custo de produção é outro motivo que colabora para o aumento do preço do arroz. “As despesas das empresas aumentaram devido à subida do dólar, além de gastos com energia, adubo (fertilizantes) e insumos. As embalagens também encareceram muito, pois a matéria-prima adquirida pela indústria que nos fornece o material é importada, sendo um dos maiores custos que temos hoje em dia”, informou a presidente.
Segundo ela, também houve aumento de vendas para o mercado local. “Há relatos de que muitos venezuelanos têm comprado aqui no Estado. É tanto que as vendas para o mercado de Pacaraima aumentaram consideravelmente. A nossa preferência é pelo mercado local, tanto que não temos nenhum registro de empresa ou fábrica que tenha exportado arroz. Nosso compromisso é com Roraima e com o Amazonas, para onde são enviados 80% da nossa produção”, concluiu. (B.B)