A produção de tijolo aumentou em Roraima, mas as vendas caíram mais da metade nos últimos dois meses. Oleiros da Vila Vintém, na BR-401, no Cantá, município a 35 quilômetros da Capital, região Centro-Leste, alegam que a queda vem ocorrendo por dois motivos: crise financeira e a falta de obras em tempo de chuva.
No final da manhã de ontem, as olarias estavam com uma grande quantidade de tijolo estocado. Para vender o produto, os oleiros até baixaram o preço do milheiro, de R$ 270,00 para R$ 230,00 (para pegar no local). Mas na olaria onde trabalha José Marcos, de 22 anos, o estoque já chegou a 30 milheiros.
“Há dois meses que não conseguimos vender tijolo. Acreditamos que a falta de dinheiro com esta crise e a falta de construção em tempo de chuva estão provocando a queda nas vendas. Por um lado a chuva é boa, porque nos rende mais matéria-prima, a argila, mas por outro, atrapalha, porque o tijolo custa a secar”, observou o oleiro.
A média de produção do tijolo em cada olaria da Vila Vintém é de 25 milheiros por mês. No verão, não chegava a 15 milheiros. “Mas apesar da boa produção, as vendas não estão boas. O jeito é esperar a chuva passar para as pessoas começarem a construir, e também esperar o dinheiro aparecer”.
Em anos anteriores, o segmento registrou crescimento nas vendas, mas hoje as olarias contam com mais de 100 milheiros de tijolos estocados apenas na Vila Vintém. A venda do tijolo também caiu nas cerâmicas que ficam no Distrito Industrial, zona Sul.
Para justificar a queda, os empresários alegam a mesma coisa dos oleiros: a crise financeira e a falta de construção com a chegada das chuvas. A média de preço do milheiro nas cerâmicas é de R$ 350,00, já incluída a taxa de entrega. (AJ)