Cotidiano

Preço mínimo da gasolina salta para R$ 4,66 em duas semanas

Em alguns estados brasileiros, gasolina já é vendida a R$ 5, semelhante ao valor praticado no município de Bonfim

Pela segunda vez no mês, boa-vistenses estão sentindo o impacto de novo aumento da Petrobras sobre o valor do litro da gasolina e do diesel refletindo em seus preços finais, nos postos da Capital.

No início de setembro, a gasolina comum mais barata estava sendo vendida a R$ 4,19. Hoje, o valor mínimo é de R$ 4,66, considerando os postos que já se adaptaram ao novo reajuste nessa quarta-feira, 19. 

A média de preços da gasolina comum em Boa Vista, segundo apurado pela Folha, flutua entre R$ 4,66 a R$ 4,69 no dinheiro e R$ 4,79 a R$ 4,82 no cartão de crédito.

Uma curiosidade é a diferença quase imperceptível de preços entre os valores das gasolinas comum e aditivada. No caso dessa, os valores variam entre R$ 4,73 a R$ 4,86, com o valor mais baixo sendo ofertado, em raras ocasiões, somente no dinheiro. 

No caso de outros combustíveis, o cenário é igualmente desanimador. O diesel, que no início de setembro era vendido a no mínimo R$ 3,39 o litro, está com uma média flutuante de R$ 3,87 e R$ 4,00. Já o S-10, que costumava ser vendido pelo preço mínimo de R$ 3,44, está em uma média de R$ 3,92 a R$ 4,08. Neste novo levantamento, seis bairros foram consultados: Aparecida, Buritis, Caçari, Cinturão Verde, São Francisco e Raiar do Sol.

De acordo com o Sindicato dos Postos de Combustíveis (Sindipostos-RR), os valores vêm mudando de acordo com os preços estabelecidos pela Petrobras e são repassados para as distribuidoras, com o percentual variando de 6,76% para gasolina e 3,68% para diesel, já com frete incluso.

“Toda a classe vem sendo prejudicada com esses aumentos. Na maior parte do Brasil, a gasolina está sendo vendida a R$ 5,00. Em Boa Vista, a média ainda está abaixo disso, por grande esforço de todos nós”, afirmou o presidente do sindicato, José Neto.

Consumidores se adaptam a reajustes frequentes

Para a população, o sentimento é de frustração por ter que mais uma vez se adaptar ao reajuste. Entretanto, de acordo com o eletrotécnico Roberto Franco, Boa Vista ainda continua sendo mais barato para combustíveis em comparação com outros municípios.

“Em Bonfim, onde eu trabalho, o preço da gasolina já está acima dos R$ 5,00. Vou me adaptando como posso em meio a esses aumentos. Afinal, vivo indo e voltando de lá. Então, está mais vantajoso abastecer aqui do que em qualquer outro lugar”, afirmou.

A diarista Maria das Dores Lopes contou que, nos últimos meses, vem usando sua moto somente para ir ao trabalho, pois o orçamento está apertado para outras atividades envolvendo seu transporte. “Como moro no Cidade Satélite e faço meu serviço aqui no Centro, o jeito é usar moto se quero garantir minha eficiência. Mas de resto, faço tudo a pé ou de bicicleta. Até que vem ajudando em economizar, mas esses aumentos não facilitam”, lamentou.

Aumentos prejudicam as vendas

Da mesma forma que para toda a população, gerentes de postos também demonstram descontentamento com o novo reajuste. O gerente administrativo de uma rede de postos da Capital, José Américo, contou que os aumentos sucessivos prejudicam vendas e geram represálias.

“A Petrobras está fazendo essas alterações de forma que já estamos sem controle nenhum da situação. Sentimos a revolta da população, mas não estamos ganhando nada com esses aumentos. Os reajustes diminuem as vendas, fazem com que fiquemos sem dinheiro para comprar mais combustível e ainda existem outras despesas como pagar funcionários, luz, toda a estrutura daqui, entre outras coisas. Ter um posto já não se trata mais de ter lucro, se trata de sobreviver”, pontuou.

A gerente administrativa de um posto no Raiar do Sol, Regi Silva, afirmou que esses reajustes provocam um susto inicial na população, que toma tempo para se adaptar economicamente aos novos preços. Entretanto, em questão de dias, o público se conforma.

“As vendas sempre costumam cair na hora do reajuste. Mas existe aquela questão, assim como nós, a população se adapta. Então elas sempre voltam ao normal depois que todos estão acostumados com os novos preços. Mesmo assim, com tantos aumentos seguidos, a adaptação é que fica difícil”, afirmou.

O proprietário de um posto de combustível localizado no Centro, Bruno Veras, relatou que os aumentos só foram tão grandes por causa das variáveis brutas da Petrobras na semana passada. “Quando são alguns centavos, ainda é possível manter a gasolina no mesmo valor, mas a variável aumentou muito na última semana. O cliente reclama porque ninguém gosta de pagar mais pelo produto”, disse. (P.B)