A crise econômica enfrentada em todo o país reflete em todos os setores, em especial nos estabelecimentos que trabalham com a venda de material de construção. Com juros altos e redução nos subsídios do programa do Governo Federal, Minha Casa Minha Vida, o ritmo de construção de novas casas reduziu, provocando uma queda nas vendas.
O proprietário de uma loja de materiais de construção na zona Oeste, Adinildo dos Santos, relatou que um dos principais fatores para a queda nas vendas foi o aumento do preço de diversos produtos. “Com o aumento do preço do combustível, o custo de fabricação de alguns itens aumentou e o frete também ficou mais caro. Isso tudo acabou sendo repassado para o consumidor final, pois não tínhamos condições de absorver esses reajustes”, destacou.
Ele afirmou que um dos produtos mais utilizados nas construções, o ferro, é o que mais sofre com os aumentos. “A alta do dólar influencia diretamente neste item, já que boa parte da matéria prima é importada”, disse.
Outro fator apontado por Santos foi a dificuldade de financiar a construção de uma casa. Ele destacou que, com os reajustes aplicados pelo Governo Federal, houve uma redução na construção de novas casas.
“Isso era o que mais movimentava as lojas de material de construção, pois a entrada de uma casa era baixa, então muitos tiveram condições de fazer este investimento”, afirmou. No ramo há mais de dez anos, ele afirmou que o ano de 2015 foi um dos piores. “Espero que essa situação se reverta nos próximos meses, pois na atual situação está difícil de continuar”.
Em outro estabelecimento, também na zona Oeste, o gerente Jordânio Nogueira, destacou que houve uma queda, mas nada tão significativo como em outros setores. “Reajuste com certeza houve, mas as pessoas continuam consumindo este tipo de produto, porém de forma moderada”, observou.
O gerente de uma loja de material de construção na zona Leste, Valmir Gomes, relatou que o consumidor está retraído. “Hoje as pessoas pensam duas vezes antes de realizar qualquer investimento. Além do mais, muitas pessoas ficaram desempregadas e isso colaborou muito”, informou. (I.S)