Cotidiano

Preços de remédios serão reajustados

Em Roraima, Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos deverá debater aumento nos próximos dias

O consumidor deverá acrescentar mais um produto à lista de itens que sofrerão aumento este ano. O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciaram, no início da semana passada, mudanças na forma de cálculo de reajuste do preço dos medicamentos. As novas regras estão previstas para começar a valer a partir de amanhã, 31.
Segundo o governo federal, a previsão é de que a mudança traga um índice de reajuste abaixo da inflação (7,7%) e menor que o índice aplicado no ano anterior. “Esse é um cálculo que ele [governo] realiza uma vez por ano. Além do índice de inflação, tanto o Ministério da Saúde quanto a Anvisa levam em consideração a importação de medicamentos, ou seja, muitos desses medicamentos que deverão sofrer essa alteração não são daqui do país. Com a alta da moeda americana, tudo o que é gasto com importação vai acumulando e no final do ano eles fazem esse estudo para no ano seguinte aplicarem os reajustes”, explicou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Roraima, José Costa.
Conforme Costa, além da elevação do dólar, a concorrência dentro do setor também influencia nos cálculos do governo. “Com a moeda valorizada, um alto custo de importação é imposto e isso pesa no bolso daquelas empresas que trabalham com a produção de medicamentos. Então, essas mudanças são inevitáveis. Outro fator é a concorrência, que quer queira ou não, influencia bastante”, disse.
Em geral, os medicamentos no Brasil são divididos em três níveis e cada um deles recebe diferentes índices de reajuste. Pela regra, medicamentos de maior custo e com menor concorrência de mercado têm índice menor de reajuste, enquanto os de maior concorrência, que são aqueles com maior procura e que a indústria tende a manter os preços, têm índice maior.
A mudança de critério, segundo o governo, trará uma redução principalmente no total de medicamentos de nível 1, que são considerados os de maior concorrência. De 41,5%, esses remédios passam a 21,6%. Com isso, esses medicamentos podem ter variação menor nos preços neste ano. Entram na lista os remédios como Omeprazol, utilizado para o tratamento de gastrite; e a Amoxicilina, indicada para tratar infecções urinárias e respiratórias. Já os medicamentos de nível 3, que possuem pouca concorrência no mercado, deverão apresentar menor reajuste.  Antes do novo cálculo, 56,8% dos medicamentos estavam nessa lista. Agora, a expectativa é que esse número caia para 51,7%.
José Costa afirma que o sindicato deverá, em breve, debater o tema com as mais de 150 farmácias sindicalizadas, mas admite que haverá variações de preços para os próximos meses. “Como a portaria não foi repassada ao sindicato, nós ainda não temos uma noção de quanto será aplicado aqui no Estado. Provavelmente, o reajuste médio este ano deverá ficar em torno de 5% a 7,7%. Porcentagem um pouco acima do reajuste do ano passado, que foi de 5,68%. O que podemos garantir é que vai, de fato, vai haver essa variação. Mas dependerá muito do tipo de medicamento. Existem alguns medicamentos que poderão ter variação menor, que geralmente são os destinados para tratamento de câncer e outras enfermidades”, pontuou.
Para a Auxiliar Administrativo Maria do Socorro Mota, um novo aumento significará mais um gasto para o consumidor. “Se realmente ocorrer esse aumento, será mais uma conta que deverá pesar no bolso do consumidor. Eu tenho uma mãe que precisa de remédios para pressão e o preço já não é tão barato. Fora que tudo hoje em dia está subindo, então eu acho injusta essa decisão”, comentou. (M.L)