A Prefeitura de Boa Vista entrou com uma ação judicial em desfavor da União para ter de volta os 22 profissionais que perdeu do programa Mais Médicos desde o início do ano. A medida tem como objetivo amenizar o impacto no atendimento de saúde do município, que aumentou devido à crise migratória.
Boa Vista tem hoje 79 médicos na atenção básica; 48 são do programa Mais Médicos. Essa quantidade é insuficiente para atender à demanda. De janeiro a setembro deste ano, já foram desligados 22 profissionais do programa e agora em outubro perderá mais um.
No início do ano, o executivo municipal pediu ao Ministério da Saúde a revisão da classificação de prioridade de Boa Vista no programa, mas não teve retorno.
O MS classifica as cidades de acordo a vulnerabilidade socioeconômica para definir o número de médicos do Mais Médicos. Os níveis são: 1 a 3 “menos vulnerável” e de 4 a 8 “mais vulnerável”. Boa Vista foi classificada com nível 3. Com isso, não há como renovar os contratos que se encerram.
“Nós enviamos relatórios ao Ministério da Saúde mostrando nossa situação, que é diferenciada em função da crise migratória, que é conhecida no país todo, e nós não tivemos um retorno até hoje. E não tem como esperar mais”, alertou a prefeita Teresa Surita.
“A forma que nós encontramos foi ‘judicializar’, pedir uma liminar para que seja reposto o que a gente perdeu e que não seja suspenso mais nenhum contrato. Porque os contratos continuam sendo encerrados e a gente perdendo o atendimento dos médicos”, pontuou.