Cotidiano

Preocupação é com mosquito transmissor

Força tarefa criada para combater mosquito está percorrendo os bairros para eliminar criadouros e orientar a população

V?rios casos suspeitos de dengue t?m sido relatados nesse per?odo do ano. Quando chuvas at?picas ocorrem proporcionam condi??es para que o mosquito transmissor prolifere. O ?ltimo LIRAa (Levantamento de ?ndice R?pido de Infesta??o por Aedes Aegypti apontou que o Estado de Roraima est? com alto risco de infesta??o.
Em Boa Vista, 44 bairros estão com muitos focos de criadouros de larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya, a qual também tem outro transmissor, o Aedes albopictus, mas esse com menos incidência, porém que preocupa também as autoridades de saúde do Estado.
Conforme o gerente do Núcleo de Combate à Dengue e Febre Amarela, Joel Lima, no ano de 2013, em relação a esse ano, os casos da doença  diminuíram. Nos 12 meses do ano passado ocorreram 1.907 situações de dengue notificadas, enquanto que este ano, de janeiro até o mês atual, foram detectados 1493.
Conforme dados da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), Boa Vista e Rorainópolis, no Sul do Estado, são os dois municípios com mais ocorrências da doença. Dentro dessa estatística, houve um caso de dengue com complicações constatado e mais cinco que ainda não foram inclusos nas atuais referências que, somados, serão seis casos constatados da doença na forma mais séria.
Todos os municípios estão com alta infestação para transmissão do Aedes aegypti. Roraima já está com alerta epidemiológico decretado. Dia 4 de novembro será divulgado um novo resultado do LIRAa. A cada ano o levantamento é realizado três vezes nos níveis municipais, estaduais e federais, para serem detectadas quais são as regiões com baixo, médio e alto risco de infestação do mosquito transmissor da dengue.  
O gerente explicou que quando as vítimas da dengue adquirem a doença por mais de uma vez o organismo acaba ficando com as defesas mais vulneráveis. Com isso, o problema evolui para um quadro severo, podendo levar à morte. “Os índices da dengue desde o ano passado para cá vêm oscilando. Em 2013 ocorreram altos picos de casos da doença. Isso ocorre por vários fatores, inclusive um dos principais é o das condições climáticas que determinam o aumento da dengue. Essas últimas chuvas que caíram, por exemplo, deixam as circunstâncias para criadouros mais propensas para a infestação de mosquito”, destacou.
COMBATE – Ainda segundo Joel Lima, a Sesau iniciou os trabalhos da frente de combate à dengue, que conta com 186 profissionais do Corpo de Bombeiro, agentes de saúde e Defesa Civil. Essas pessoas estão fazendo vistorias em terrenos e residências de moradores na zona Oeste da Capital.
O bairro Cidade Satélite foi o primeiro local onde se notificou o primeiro caso da febre Chikungunya e lá foi implementada uma ação há menos de um mês. No primeiro dia de trabalho foram eliminados mais de três mil depósitos propícios à criação do mosquito.
“Os quintais estão sujos e a população não está se preocupando em se prevenir. O Estado e o Município efetivam ações, mas a melhor forma de combater a dengue ainda é a eliminação de possíveis focos do mosquito”, pontuou o gerente chamando a atenção para a importância da retirada de lixo das residências periodicamente para que não haja perigo de proliferação. A frente de combate que já dura uma semana. Os trabalhados ainda não chegaram até os bairros da zona Leste, onde há maior número de terrenos baldios, porém, o local está no calendário da ação.
Joel Lima explicou que terreno baldio nem sempre significa risco de haver foco da dengue. “Os terrenos que não são ocupados só representam perigo de infestação se tiver lixo, como garrafas vazias que podem acumular água. Caso isso seja notado por alguma pessoa, ela precisa notificar o município. Se não conhecer o dono do local, a prefeitura tomará as devidas providencias”, disse. Nesses casos, caso o responsável pelo terreno será notificado e, se a situação persistir, a prefeitura pode aplicar multa de R$210,00.
O combate ao mosquito transmissor da febre e da dengue contará com carros fumacê passando nas ruas, eliminando os possíveis focos de doença nos quintais dos moradores. “A população precisa ficar em alerta para que não haja um grande surto de dengue ou Chikungunya em Roraima. Projetos em escolas do Estado e municípios também são de extrema relevância para diminuir o risco da doença”, salientou o gerente do Núcleo de Combate à Dengue.
SINTOMAS – Quem sentir os sintomas de cansaço, fortes dores abdominais, febre alta, dor de cabeça e sudorese deve se dirigir com urgência a uma unidade de emergência. A pessoa sob suspeita de dengue não pode se automedicar, pois a doença pode ficar mais resistente.
Tanto para dengue quanto para febre Chikungunya ainda não a vacina. O modo de combater o mosquito que causa a febre é o mesmo para dengue. O ciclo de transmissão da Chicungunya é mais rápido, por isso a atenção ao combate do mosquito deve ser redobrada. (T.C)  
Profissionais da saúde são treinados para fazer combate à febre maculosa
Aproximadamente 20 profissionais das Vigilâncias Municipal e Estadual de Epidemiologia, Entomologia, Ambiental e Sanitária participaram, ontem pela manhã, no Bosque dos Papagaios, no bairro Paraviana, zona Leste, de mais uma etapa da capacitação para combate à febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato-estrela, uma espécie comum no Brasil. Se adquirida pelo ser humano e não for tratada a tempo, a doença pode ser fatal.
Geralmente, o parasita se hospeda em cavalos, bovinos, animais silvestres e até em animais domésticos, mas há casos de picadas em pessoas. O importante é iniciar o tratamento o mais rápido possível, evitando assim que a doença evolua para forma mais aguda.
De acordo com o Gerente do Núcleo de Controle da Zoonoses, Márcio Borges, Roraima não registrou nenhum caso da febre até o momento. O treinamento iniciou na segunda-feira e encerra nesta sexta-feira. O Ministério da Saúde (MS) está criando redes de proteção nos estados para a prevenção contra o carrapato.
Os participantes do treinamento estão coletando em atividades de campo amostras de dois tipos do parasita e enviar para o laboratório Fio Cruz do Rio de Janeiro e Minas Gerais, para detectar se o carrapato está contaminado. “O objetivo é formar um grupo de vigilância para que a doença permaneça controlada”, informou o gerente.
A febre é mais comum na zona rural. Trata-se de uma infecção rara, mas desde 1996 vários casos têm sido notificados aos Centros de Vigilância Epidemiológicos. Todas as pessoas estão sujeitas a adquirir a doença, porém, uma vez curada, adquire imunidade. Essa infecção é somente obtida pela picada do parasita. O contagio é mais comum no verão.
Quando uma pessoa contrai a infecção, normalmente aparecem, nos primeiros dias, febre e lesões na pele. O tratamento é realizado com analgésicos, antitérmicos, consumo de liquido e repouso. Nos casos mais graves são ministrados antibióticos específicos. Para evitar a proliferação do carrapato nas residências é necessário contratar um profissional que faça a limpeza do ambiente em que animais domésticos vivem e fazer a vistoria e higiene desses animais.