A construção de guaritas da Guarda Civil Municipal (GCM) em algumas praças da Capital não vem transmitindo total segurança. A equipe de reportagem da Folha conversou com moradores que frequentam os espaços públicos e, conforme a maioria dos entrevistados, a presença da Guarda Civil Municipal nos postos de serviço não é suficiente para garantir a segurança. Para eles, é necessário um reforço em relação ao número de agentes e o horário de trabalho.
Na Praça Germano Augusto Sampaio, situada no bairro Pintolândia, a equipe constatou a presença de guardas. Contudo, a insegurança ainda atinge moradores em razão dos usuários de drogas. É o caso da dona de casa Maria Antônia Sousa, residente há oito anos no bairro. “Eles não ligam pra polícia, então bate a insegurança do que eles podem fazer. Quando uma viatura faz ronda, já aconteceu coisa demais pelas costas. A praça é grande pra ter pouco guarda”, relatou.
No bairro Tancredo Neves, a situação se repete na Praça Mané Garrincha. Mesmo com a presença de guardas municipais, a equipe de reportagem flagrou um grupo de jovens usando drogas em plena luz do dia. Ao verem a equipe, no entanto, os meninos correram.
A comerciante Cida Maciel confirmou a atividade ilícita e explicou que durante o dia os guardas ainda realizam apreensões, mas que a partir de meia-noite ela prefere não sair de casa. “Não vemos mais a Guarda Civil nesse horário, então tá impossível passar por aqui. É assalto à mão armada mesmo, principalmente de venezuelanos”, frisou a comerciante, que mora há cinco anos no bairro. O aposentado Elias Antônio Paula, residente no bairro Caimbé, contou que evita ficar muito tempo na praça por conta dos usuários de drogas, mesmo que os guardas estejam no local.
Nas praças dos bairros Centenário e Paraviana, a situação não é diferente. Na primeira, a guarita não é ocupada por guardas municipais. Na segunda, o boxe está completamente destruído pela ação de vândalos.
Foi possível verificar que a realidade não é a mesma em todos os bairros. No São Pedro, a exemplo, a Praça da Bandeira é bem vista pelo aposentado Francisco Andrade. Há mais de 10 anos na localidade, ele informou que não soube de mais problemas desde a restauração da praça. “Antigamente eu não deixava meus netos andarem por aqui, agora até eu venho com eles”, contou.
Na Praça das Águas, a presença da Guarda Municipal tem contribuído para afastar meliantes, principalmente junto aos comerciantes da região. “Nunca mais ouvi falar de algum assalto ou roubo por aqui. Os guardas sempre estão no posto, o que facilita a comunicação caso seja necessário, mas graças a Deus não tem acontecido nada”, falou. (A.G.G)
Moradores cobram instalação e presença da Guarda Civil Municipal
Durante o trajeto rumo às praças, a equipe de reportagem se deparou com locais que não possuem guaritas da Guarda Civil Municipal (GCM), como é o caso da praça do Cidade Satélite. Para a ajudante de cozinha, Maria do Socorro Araújo, a falta dos guardas é o caso principal para a insegurança. Empregada em um restaurante próximo à praça, ela informou que já flagrou vários assaltos à luz do dia.
Residente há quase 10 anos no bairro, ela contou que a praça é frequentada diariamente. “Tem aula de capoeira, academia aberta e vários lanches. Ela é muito utilizada pela população para não ter essa segurança que é boa tanto para os moradores, quanto para o próprio espaço”, disse.
O eletricista Diego Brito, que mora ao lado da praça do bairro Centenário há cerca de seis meses, contou que nunca viu o espaço funcionando. “Já cheguei a ver algumas viaturas passando e parando algumas pessoas, mas é coisa rápida, logo eles vão embora”, relatou. Mesmo sem ter conhecimento de crimes no local, ele pontuou que não deixa de se sentir inseguro ao chegar em casa. (A.G.G)
Prefeitura diz que praças recebem rondas todos os dias
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (Smtran) informou que a Guarda Civil Municipal (GCM) faz rondas diariamente em todas as praças da Capital. Além disso, apontou que algumas praças possuem guaritas sem guardas permanentes, apenas por período, uma vez que realizam rondas diárias com viaturas e motos, e que o mesmo ocorre nas praças que ainda não possuem guarita. “A Guarda já faz um trabalho de segurança dentro das suas competências, resguardadas as competências das demais instituições, tais como Polícia Civil e Militar”, finalizou. (A.G.G)