Em visita realizada na tarde deste domingo, 23, no Hospital Geral de Roraima (HGR), o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Jalser Renier, propôs uma força-tarefa para realização de mutirão cirúrgico e se prontificou a articular a aquisição do material para os procedimentos após constatar a falta de medicamentos básicos para atendimentos na unidade. Ele pontuou ainda que o Poder Legislativo vai trabalhar para garantir mais recursos para a saúde na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Jalser disse que a Saúde é a prioridade do Estado nesse momento e que, por isso, vai trabalhar para que sejam alocados mais recursos para a área, com gasto específico para alta complexidade na LDO, que deve ser votada até o dia 30 de junho. A lei estabelece as metas financeiras dos Poderes e orienta a elaboração da LOA (Lei Orçamentária Anual) para o próximo ano.
“Nós estamos buscando através da discussão da LDO, ainda essa semana na Assembleia, pra que a gente possa nortear as ações e quero anunciar de pronto que vamos repetir o orçamento de todas as instituições públicas. Nós não podemos conceber nenhum reajuste diante de um quadro que passa a saúde pública do nosso Estado”, afirmou.
Uma reclamação que representa 40% do total de demanda da unidade de saúde é a ortopedia. Mais de 500 pacientes esperam pelo procedimento cirúrgico no Estado. A demanda reprimida é provocada pela falta de material para as cirurgias.
A visita do parlamentar foi acompanhada pelo adjunto da Secretaria Estadual de Saúde, Elias Carvalho, e da diretora geral da unidade, Débora Maia. Após conversar com os gestores da Saúde, servidores e pacientes, Jalser Renier solicitou que seja feito um levantamento imediato sobre a quantidade de pacientes que precisam ser submetidos a cirurgias e propôs uma força-tarefa para realização de mutirão. Ele se prontificou em articular com unidades especializadas fora do Estado para aquisição do material para os procedimentos.
O secretário-adjunto da Saúde, Elias Carvalho, confirmou os problemas constatados durante a visita e disse que o apoio da Assembleia Legislativa é muito importante para amenizar os problemas nas unidades de Saúde. “O presidente da Assembleia Legislativa veio aqui para nos ajudar, procurar saber o que está faltando e tentar de forma efetiva na Assembleia, demandar ações que possam nos ajudar a resolver esses problemas da população que tanto carece de saúde”, declarou.
PROBLEMAS – Não é de agora que os problemas no funcionamento do único hospital de média e alta complexidade no Estado são denunciados. Problemas na infraestrutura da unidade, como infiltrações e piso danificado, falta de medicamentos, materiais básicos e de servidores, têm prejudicado os atendimentos no Pronto Atendimento Dr. Airton Rocha.
O estudante de medicina Thiago Quirino, 22 anos, estava com o avô Josué Menezes, 72 anos, que veio da comunidade indígena Taboca, município de Bonfim, com suspeita de infarto. O jovem relata que precisou comprar medicamentos como AAS e sinvastatina para reduzir o risco de morte do avô.
“O AAS é um medicamento básico do protocolo de infarto e não tem aqui no HGR. E isso me causa muita revolta. Não dá pra gente morrer por causa de um medicamento que custa R$ 4,00 na farmácia”, disse.