Presidente da Caer explica como o órgão tem se preparado para a pior estiagem em 20 anos

Nessa sexta-feira (23), o nível do Rio Branco registrou uma metragem de 2,77 metros, o que, conforme o presidente da Caer, é preocupante

Segundo James Serrador, serão realizadas obras para evitar crise no abastecimento de água no estado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Segundo James Serrador, serão realizadas obras para evitar crise no abastecimento de água no estado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Mesmo que Roraima ainda esteja no período chuvoso, o nível da água do rio Branco já é uma preocupação, visto que, nessa sexta-feira (23), registrou uma metragem de 2,77 metros. A informação é da Agência Nacional de Águas (ANA), disponibilizada pela Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer). Conforme o Governo Federal, o atual período de estiagem na Amazônia será o mais severo em 20 anos.

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Comparado aos dois últimos anos, em relação a este período, a queda é expressiva. Em agosto de 2023, o nível do rio estava em 4,09 metros. Já em 2022, a metragem era de 4,56 metros. O presidente da Caer, James Serrador, afirmou que, o nível máximo atingidido durante o período chuvoso (7,42 metros) foi bem abaixo da expectativa da companhia, que esperava que a superfície do rio atingisse em torno de 11 metros.

“O nível do rio já está muito baixo, vamos precisar realizar obras para não sofrermos como na última vez. Não vamos esperar a situação ficar crítica. Acreditamos que o cenário será muito mais severo do que aquele que enfrentamos no final do ano passado e início deste. Desde a última seca, não paramos de perfurar poços e ainda iremos fazer mais 17 na capital e uns 15 no interior do estado”, disse James.

Conforme a Caer, foram perfurados, em 2024, 13 poços artesianos no estado, sendo 11 nos municípios do interior e dois na capital.

O presidente enfatizou que o trabalho para minimizar as consequências de uma possível crise hídrica em Roraima deve ser em conjunto com outras entidades, como as defesas civis municipais e o governo do estado. Segundo ele, a Caer não tem recursos para realizar todos os investimentos sozinha.

“A crise hídrica é garantida, mas acredito que não irá afetar o abastecimento de água nos bairros ainda neste ano. Toda a situação de estresse operacional que passamos na última seca fez com que a gente se organizasse melhor desta vez. Estamos antecipando várias medidas, como pedidos de bomba hidráulica para poços artesianos. Ainda vamos conversar com a Assembleia Legislativa de Roraima sobre a criação de um fundo estadual de investimento no saneamento básico”, reforçou.

Além das medidas citadas, ele acrescentou que serão solicitados materiais químicos para tratamento da água, que serão armazenados. Também será implementado um sistema de captação alternativa na balsa, que está pronto, mas ainda não precisou ser acionado.

Nível do rio Branco (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)