O presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), James Serrador, disse nesta sexta-feira (17) que o sistema de abastecimento de água em Boa Vista “ainda está se recompondo” das manutenções e dos rompimentos de adutores ocorridos pela capital na última semana, que tem prejudicado o fornecimento à população.
Serrador relembrou que, na segunda-feira (13), a empresa substituiu uma bomba de grande dimensão responsável pela captação de água, trabalho que durou de 8h às 23h daquele dia. “Isso reduziu a produção de água na nossa estação de tratamento no bairro São Pedro em 30% – isso dá, aproximadamente, 400 litros de água por segundo. É muita água! Toda essa operação fez com que todo o sistema da capital, as nossas reservas, os nossos 11 CRDs (Centros de Reserva e Distribuição) praticamente secassem e com isso, a tubulação das ruas também secam”, explicou.
Segundo o presidente da Caer, “o sistema está se recompondo aos poucos” e esse trabalho ainda é prejudicado pelo rompimentos de adutoras, como a da Avenida Capitão Júlio Bezerra, no bairro 31 de Março, e da Rua Joca Farias, no Caranã na capital. “Isso compromete também, atrapalha. O sistema ainda está se recompondo, de modo que nos bairros distantes ainda hoje o sistema continua se recompondo, pra que ele volte ao normal, volte à pressão adequada”, declarou.
James Serrador também revelou que a Caer vai perfurar 40 poços artesianos em Roraima. “A licitação já está marcada e a gente acredita que até a primeira quinzena de outubro a gente já comece a perfurar esses poços, tanto em Boa Vista como no interior”, declarou.
Poço promete resolver problema de água de quase 3 mil famílias
As declarações de James Serrador foram feitas à FolhaBV na manhã desta sexta, durante as instalações finais de tubos e cabos elétricos do novo poço do São Bento, que promete resolver a falta de água (ou da fraqueza do fornecimento dela) de 2.837 famílias, sendo 2.277 do bairro e 560 da Área Especial de Interesse Social Nova Vida, vizinha à localidade.
Os moradores, que dizem estar sem água há quase dois meses. se veem no centro de uma batalha judicial entre Caer e Roraima. A companhia de águas chegou a acusar a empresa de negar o fornecimento elétrico para o novo poço artesiano. A Roraima Energia, por sua vez, se defendeu ao alegar que a Caer deve a ela R$ 354 milhões.
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A juíza substituta Rafaelly da Silva Lampert, da 4ª Vara Cível da Comarca de Boa Vista, chegou a determinar prazo de cinco dias para que a Roraima Energia instalasse 143 metros de cabos de média tensão para atender o poço. A empresa recorreu da decisão ao pedir 60 dias, mas o juiz-relator Antônio Augusto Martins Neto deferiu parcialmente o pedido e reduziu o prazo de cumprimento para 30 dias.
O serviço já foi feito pela empresa e, segundo o presidente da Caer, o funcionamento do poço só depende agora da Roraima Energia instalar o medidor de energia. A ART anotação de responsabilidade técnica foi entregue pela CAER, pelo engenheiro elétrico Odemir Melo, por meio do tíquete eletrônico 1109, e trata se de uma situação de emergência, portanto o prazo deveria ser de apenas 5 dias úteis, e não 30 dias, como a RR Energia está alegando.
A ART é o documento técnico de responsabilidade homologado pelo CREA que especifica todo o projeto da subestação de energia elétrica 45 kva. A FolhaBV aguarda retorno da empresa energética sobre quando vai realizar a instalação.
“O processo de distribuição de água, de bombeamento, é feito por gravidade. Então, toda tubulação que está aqui, ela está praticamente seca ou com pouca água. Então, a partir do momento que esse poço efetivamente começar a funcionar, ele vai ter que bombear essa água, encher a tubulação, pegar pressão e só depois de completar essa operação mecânica, de gravidade, é que vamos sentir os efeitos”, explicou James Serrador.
Enquanto isso, os moradores ficam na expectativa. O presidente da Associação dos Moradores do Bairro São Bento, Elson Gomes, revelou que ele e outros moradores se reuniram com a Roraima Energia para resolver a situação. “A expectativa é ligar esse poço pra que a gente possa ter água, como antigamente”, declarou.
“Infelizmente, isso teve que parar na justiça, mas foi uma batalha vencida”, pontuou o presidente da Associação Nova Vida.
*Atualizado às 14h07
