Cotidiano

Presidente de sindicato diz que lamenta situação da Saúde em RR

O médico destacou a falta incentivo para os profissionais trabalhar em áreas de difícil acesso no Estado e a falta da execução do Plano de Cargos e Salários da categoria

Mesmo sendo uma data festiva para a categoria, em razão do Dia do Médico, comemorado neste sábado, dia 18, o presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima, Wilson Franco não vê razões para celebração, levando em conta a situação de caos em que se encontra o sistema de Saúde de Roraima, segundo ele, e a falta de estrutura para os profissionais de Medicina trabalharem em Roraima.
“Até parece que existe um propósito vantajoso que alguém possa estar tirando proveito disso, que se reflete na condição de Saúde da população, de modo a ser fácil de manusear em períodos eleitorais, se assemelhando a falta de Educação. Temos que ter estrutura que atenda com dignidade, mas temos uma certa culpa disso porque ainda não nos posicionamos de maneira unida para evitar que fatos assim continuem acontecendo e a Saúde comece a ser tratada com a seriedade que merece”, analisou, destacando porém que a profissão de médico é de um grau de nobreza e tem como prioridade o atendimento á população e não a parte econômica e interesses particulares ou pessoais. “Temos que evoluir para isso”, ressaltou.
Para ele, o planejamento da área de saúde tem que começar do zero e critica o modelo adotado de cooperativa. “A cooperativa é administrada de maneira irregular e alguns colegas se contentam em receber algum plantão, ficando satisfeitos. Não existe planejamento para assistência médica de modo que o profissional possa trabalhar e dessa forma não poderá haver uma boa assistência para a população. Falta incentivo para o profissional trabalhar em áreas de difícil acesso e a execução do Plano de Cargos e Salários da categoria”, ressaltou.
Para ele, os médicos estão vivendo um momento crucial e que tem pouco a comemorar nesta data. “Esses problemas acarretam na desvalorização da classe, e a consideração com a profissão e não estamos tendo muito êxito nestes aspectos”, frisou.
Quanto aos equipamentos médico-hospitalares, o sindicalista ressaltou a existência, mas destacou a falta de manutenção que deixa a desejar a funcionalidade. “Até que tem potencial, mas não tem organização, não tem como atender a demanda de exames. Por isso defendo que a área de Saúde de Roraima tem que ser recriada e só assim dar um atendimento de qualidade”, disse.
Presidente do CRM defende políticas de Estado na melhoria do atendimento à saúde
“Falta compromisso de políticas de Estado para melhorias na área de Saúde”, foi com essa frase que o presidente do CRM-RR (Conselho Regional de Medicina em Roraima), Alexandre Marques iniciou a entrevista sobre o Dia do Médico, comemorado neste sábado, dia 18, em todo Brasil.     “Estamos infelizes no momento. A medicina, de um modo em geral no Brasil, vem sofrendo golpes sucessivos do Governo Federal que vem tentando desqualificar o profissional médico no contexto das políticas de saúde junto à população. Mas apesar de tudo isso, o médico ainda acredita na coisa mais valiosa, que é o ser humano, o paciente. Por isso ainda não paramos essa luta”, frisou.
Em relação a Saúde em Roraima. Alexandre Marques disse que uma atividade de alta complexidade e que requer soluções também de complexidade. “A Medicina só pode ser exercida em sua plenitude, principalmente com os adventos tecnológicos, com infraestrutura, equipamentos e meios de diagnósticos adequados. O médico é fundamental na promoção da Saúde, mas de maneira isolada não vai conseguir desenvolver a saúde de qualidade. O médico precisa do apoio do Governo para poder fazer atendimento de qualidade”, frisou.
Para ele, não só em Roraima, mas no restante do país, a Medicina deixa de fazer o atendimento de qualidade pela falta de política de Estado voltada exclusivamente para a Saúde.                   “Não só de recursos, onde precisamos ter o financiamento do SUS [Sistema Único de Saúde], até porque é impossível se fazer Saúde sem o aporte necessário de recursos, mas a falta de um planejamento respeitando cada peculiaridade de cada região”, disse.
Ressaltando as dificuldades de Roraima, Alexandre Marques destacou o desabastecimento crônico de medicamentos nas unidades hospitalares e a falta de estrutura.
“É preciso que os governantes, o executivo, o legislativo e os órgãos fiscalizadores se unam em parcerias com o CRM para que se possa definir as políticas de Estado e melhora esse quadro”, frisou.