Presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) foram novamente transferidos para a Cadeia Pública Masculina de Boa Vista dois dias após agentes penitenciários realizarem operação padrão de encaminhamento de detentos em grave situação de saúde para atendimento no Hospital Geral de Roraima (HGR).
A transferência começou por volta das 9 horas. Segundo apuração realizada pela Folha, a prioridade foram os detentos idosos e com saúde debilitada. A movimentação em frente à unidade situada no bairro São Vicente foi intensa e, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), a transferência foi uma determinação da Vara de Execução Penal. “Todos os transferidos são idosos e esta ação não possui ligações com a “Operação Padrão” realizada esta semana e nem se trata de pedido feito ou ação promovida pelo Sindicato”.
A Folha teve acesso ao ofício endereçado à juíza que autorizou a realização da ação e confirmou que o documento foi encaminhado pela direção Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape-RR) no dia 26, ressaltando a situação grave a qual se encontra a unidade, considerada a maior do Estado.
De acordo com o sindicato, todos os presos transferidos são oriundos da própria Cadeia Pública.
“O que a gente quer evitar é que esses idosos venham morrer em razão da superlotação que ocorre na Pamc. Ela [Juíza Joana Sarmento] atendeu ao ofício do sindicato e diante disso nós estamos transferindo os apenados para cá. Os colegas que estavam de folga, cerca de 40 agentes, estão envolvidos nessa operação, estão fazendo procedimento de triagem e acolhimento deles aqui na Cadeia Pública”, destacou Lindomar Sobrinho, presidente da entidade.
Diretor do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), André Fraga também falou a respeito da transferência dos presos. Segundo ele, antes mesmo do ofício do Sindape, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) já havia cogitado a possibilidade junto ao Judiciário roraimense e Ministério Público.
“A Sejuc já havia solicitado a transferência desses presos, devido não só à precária situação de saúde, mas também por conta da idade avançada deles. Com relação à segurança, os presídios estão completamente disciplinados, agora essa ação dos agentes penitenciários foi em virtude desse problema de saúde dos presos. A assistência médica no presídio está sendo realizada, mas não é o bastante para atender toda a demanda”, ressaltou.