Cotidiano

Presos que ordenaram atentados foram identificados, diz polícia

Ações estão sendo desenvolvidas para combater possíveis ataques de bandidos e garantir segurança nas festas do fim de ano

As ordens para ações criminosas na Capital partem de dentro da Penitenciária Agrícola e da Cadeia Pública de Boa Vista. O que já é de conhecimento público foi reafirmado, ontem pela manhã, durante coletiva na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), pelo delegado-geral Eduardo Batista, que responde pela Sesp, e pelo comandante da Polícia Militar de Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves. Mas, apesar da comprovação, ninguém da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc), responsável pelo sistema prisional, compareceu à coletiva para dar explicações.
Batista afirmou que a Segurança está fazendo o que pode e ajustando as ações que vêm sendo desenvolvidas para combater possíveis ataques de bandidos, que supostamente fazem parte de facções criminosas, nas festas do final de ano, principalmente no Parque Anauá, onde ocorre hoje à noite a queima de fogos. A estimativa é que duas mil pessoas compareçam ao local.
“Há tempos trabalhamos com o Setor de Inteligência. Teremos agentes no Parque Anauá para impedir qualquer tipo de investida criminosa. A polícia já está com as investigações adiantadas e já sabemos quem são os presos que dão as ordens, mas eles precisam ser transferidos para não tumultuarem ainda mais o sistema. O Ministério Público já solicitou a transferência, mas aguarda a Justiça”.
O secretário também explicou que as ações criminosas estão ocorrendo porque neste ano foram adotadas medidas mais austeras nas unidades prisionais, o que estaria, segundo Batista, provocando o descontentamento de alguns presos. “E são estes justamente que tentam tumultuar o sistema”, frisou.
O secretário afirmou que, no combate ao crime organizado, as polícias vêm trabalhando, mas dependem de ações do governo, a exemplo de melhorias no sistema prisional, com a reforma na Penitenciária ou a construção de uma nova unidade carcerária.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC), delegado Adriano Santos, disse que equipes da Polícia Civil estão investigando os atentados, mas não deu previsão para a conclusão dos trabalhos. “O que podemos adiantar é que já estamos escutando testemunhas. As investigações prosseguem e o quanto antes vamos dar respostas à sociedade”.
Ao final da coletiva, o secretário de Segurança interino também fez um alerta: “É preciso ter cuidado com o que vem sendo divulgado nas redes sociais, pois muitas notícias não procedem. Os responsáveis por essas postagens inverídicas que visam causar pânico na população também podem ser investigados”.