Cotidiano

Previsões apontam que seca e onda de calor vão até janeiro

Pressão atmosférica está se intensificando sobre Boa Vista e boa parte dos municípios do Centro-Leste, mantendo a temperatura elevada

O roraimense pode se preparar para continuar enfrentando ondas de calor até o mês de janeiro de 2016. A previsão do Boletim Climático do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), divulgada ontem, é de que os meses de novembro, dezembro e janeiro de 2016, sejam de chuvas abaixo da média. Segundo a previsão, serão 40% a menos de chuvas do que o esperado para o período, que vem sendo de aproximadamente 100 milímetros para os três meses.

Isso é ocasionado pelo El Niño, fenômeno climático de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento fora do normal das águas do Oceano Pacífico, o que aumenta as ondas de calor, que esse ano já registrou temperatura de 39,5 graus em Boa Vista, segundo informou o secretário executivo estadual da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira. Ele ressaltou que vem acompanhado com preocupação, principalmente pelas chuvas abaixo da média e altas temperaturas.

“As previsões de chuva nos próximos três meses para Roraima apontam abaixo do padrão climatológico, isto é, abaixo do que seria o normal para o período de verão, que seria de 35% a 65%, o que significa que poderá chover até menos de 35% abaixo do mínimo, dentro do que seria, já considerado a variação do mínimo pluviométrico”, frisou.

Cleudiomar Ferreira informou que o sistema de pressão atmosférica está se intensificando sobre Boa Vista e boa parte dos municípios do Centro-Leste do Estado, mantendo a temperatura elevada e queda dos níveis da umidade relativa do ar. “Estamos ainda num período preocupante e as pessoas devem continuar em alerta para não fazerem queimadas”, frisou.  

Ele ressaltou que as altas temperaturas dos últimos dias podem provocar chuvas passageiras com raios e ventos fortes. E foi o que registrou o satélite do Sipam sobre os municípios de Mucajaí (Centro-Oeste), Iracema, Caracaraí (ambos a Centro-Sul) e Rorainópolis (Sul), que se apresentam com nuvens que podem culminar com chuvas até 90 milímetros neste sábado, dia 7.

Porém, o coronel ressaltou que serão chuvas isoladas e não há previsão de chuva forte continuada para os próximos dias. Como consequência, aumenta a possibilidade de queimadas em terrenos baldios e no lavrado. “Por isso se deve continuar atentos para não provocar queimadas nem queimar lixo, nossa maior preocupação. Na medida em que aumenta o calor, diminui a umidade relativa do ar e aumenta os riscos de incêndios. Não só de incêndios florestais, mas queimadas, principalmente nos terrenos baldios e fogo no lavrado”, disse.

Embora em alguns municípios tenham ocorrido chuvas esparsas, como Boa Vista, Caracaraí (Centro-Sul), Cantá (Centro-Leste), Mucajaí, Iracema e Rorainópolis, o que fez diminuir o calor e as fontes de focos de incêndios, o coronel alertou para o perigo de queimadas fora de controle, justamente por ter chovido, quando algumas pessoas aproveitam esse momento para fazer queimada, o que tem de ser evitado.

Mas a boa notícia é que o El Niño vem perdendo força no Oceano Pacífico, com registros de águas mais frias ao redor do fenômeno. “A previsão é de que a partir de janeiro o El Niño perca força”, disse Cleudiomar Ferreira.

INCÊNDIOS – O coronel Cleudiomar Ferreira informou que vem monitorando diariamente os focos de incêndios em todo o Estado e que os pontos de calor estão diminuindo devido ao controle de queimadas que vem sendo feito pela Defesa Civil junto aos agricultores e as chuvas que caíram recentemente em alguns municípios.

“Ultimamente, temos registrados poucos focos de calor em todo o Estado. Ontem [quinta-feira] só registramos um foco de incêndio e não há registros de queimadas. Isso devido às chuvas, mesmo que poucas, mas que amenizaram a situação”, frisou.

Ele ressaltou que nos últimos dez dias os bombeiros foram acionados apenas para combater um incêndio na Vicinal 7 do Apiaú, Município de Mucajaí. “Foi um incêndio causado por raios numa serra e que durou três dias para ser controlado, fato que pode acontecer neste período de tempo quente e chuvas esparsas com ventos fortes e raios, que podem provocar incêndios e a própria chuva não consegue apagar”, disse. (R.R)