O primeiro matadouro e frigorífico privado de Roraima, o Frigo 10, começará a funcionar até a próxima semana, conforme previsão do diretor-presidente do empreendimento, Antônio Olivério, mais conhecido como Antônio Denarium. As obras já foram concluídas, faltando apenas detalhes de conclusão da ligação da energia elétrica, que será feito pela Eletrobras Distribuição Roraima.
Construído às margens da BR-174 sul, a 18 quilômetros de Boa Vista, o Frigo10 nasceu da união de dez empresários que cansaram de esperar uma reforma e ampliação no Matadouro e Frigorífico de Roraima (Mafir) e resolveram apostar na união de forças para construir o próprio matadouro, com maior capacidade de empreendimento e dotado da mais alta tecnologia do setor, divididos entre os dez agropecuaristas.
Segundo Denarium, a expectativa dos pecuaristas é que o primeiro abate experimental seja feito ainda esta semana. “A Eletrobras nos disse que até dia 5 de julho ligará a energia, mas se ligar antes, já iremos começar de imediato o abate de bois”, disse. Ele classificou como o empreendimento privado mais importante de Roraima. “Foi uma construção que demorou cinco anos. O acesso é todo asfaltado, todo maquinário está em funcionamento e contratamos profissionais de renome para trabalhar na linha da indústria, além de aproveitar mão de obra daqui”.
O Frigo 10 é o matadouro mais moderno do Brasil, com capacidade de abater até 80 bois por hora. O empreendimento vai gerar 300 empregos diretos e mais de três mil indiretos. “Hoje, estamos mandando excesso de boi para Manaus [AM], vivo, em caminhão boiadeiro ou de balsa saindo de Caracaraí. Isso deixa emprego e subproduto lá. Mas, a partir da inauguração, vamos comprar o boi, fazer o abate aqui e abastecer o excesso industrializado para vender em Manaus”, explicou.
Com Roraima já com status de livre de febre aftosa com vacinação, os pecuaristas esperam que o novo frigorífico abra as portas de novos mercados para Roraima e agregue valor à carne que será produzida no Estado. “O setor agropecuário vai crescer. Hoje um boi vivo mandado para Manaus custa R$ 175,00 de frete. Mas, se exportarmos a carne, vai baixar para R$ 50,00, sem contar emprego e renda gerados aqui, além dos subprodutos, como farinha de osso, que se transforma em ração animal”, ressaltou.
Para Denarium, os empresários do setor estavam condenados a não poder mais crescer com só um frigorífico para atender à demanda. “Todos nós somos produtores de bois e não tínhamos para quem vender. O frigorífico do governo, apesar de funcionar há 40 anos, não tem capacidade de abate e tivemos que tocar o empreendimento para que a economia pudesse crescer”, disse.
UNIÃO – O Frigo 10 é um investimento de recursos próprios dos empresários roraimenses Antônio Olivério, Tiaraju Faccio, Antônio Parima, José Lopes, Ermilo Paludo, Clever Ulisses Gomes, Luis Faccio, Gilberto Bocchi, Luiz Coelho de Brito e Ronaldo Braga da Silva. (L.G.C)