Cotidiano

Privatização será catastrófica para funcionários, avalia sindicato

Estimativa é que mais de 500 funcionários sejam atingidos pela medida anunciada pelo Governo Federal

A possibilidade de privatização da Eletrobras, estatal que administra geradores e distribuidoras de energia no Brasil, incluindo a Eletrobras Distribuição Roraima, anunciada pelo Ministério de Minas e Energia, gerou preocupação aos mais de 500 funcionários da empresa no Estado.

Para o diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima (STIU), João do Povo, a privatização será “catastrófica”, pois vai submeter os servidores a uma demissão massiva. Considerando que a maior parte dos trabalhadores já tem cerca de 50 anos, a dificuldade para ingressar novamente no mercado de trabalho será, na avaliação do sindicalista, expressiva.

O representante do STIU, que representa a categoria, também apontou que o serviço de abastecimento será terceirizado, o que vai comprometer a energia em todo o Estado, principalmente na região do Baixo Rio Branco e nas comunidades indígenas.

João do Povo destacou que, em relação a valores, a fatura da energia tende a aumentar devido a privatização, deixando centenas de famílias de baixa renda e de áreas mais distantes comprometidas com o serviço. Como exemplo, ele citou o caso da empresa de saneamento do Amazonas que foi privatizada. “Hoje tem bairro com mais de 30 mil habitantes que não tem água. Vão acabar com os programas sociais do Governo Federal que o setor público oferece hoje. Um caos social vai se iniciar”, frisou.

Sindicatos dos servidores de todo o País, incluindo Roraima, estão unindo forças para realizar uma manifestação contra a medida do Governo Federal e levar o conhecimento que tem a população, sobretudo às famílias de baixa renda. João do Povo apontou que, levando em conta a energia que já é distribuída ao Estado, o serviço terceirizado com empresas não qualificadas será similar ao serviço de telefonia, com longas ligações para tentar resolver problemas.

Para o sindicalista, o caminho ideal no momento seria retroceder a privatização. “O próximo passo é tirar a esfera política do centro das grandes empresas, já que centenas de apadrinhados políticos assumem cargos, sem qualificação, para receber altos salários. Deveria ter profissionais qualificados, da área, para conseguir trabalhar e gerar renda. É por isso que eles dizem que tudo dá prejuízo”, finalizou. (A.G.G)