Se colocar o lixo hospitalar das unidades hospitalares da rede estadual de Saúde na balança, os números vão apontar queda de 13% do peso da produção desse tipo de resíduo, entre 2019 e 2020. É o que mostra o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), feito junto à empresa Norte Ambiental, responsável pela coleta desse material nas unidades do estado.
As estatísticas solicitadas pela Folha mostram que 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia da Covid-19, foi o ano que registrou o menor peso da produção de resíduos sólidos hospitalares nos últimos cinco anos: foram 325,5 toneladas frente às 376,2 do ano anterior. A tonelada é uma unidade de medida de massa equivalente a 1 mil quilos.
Considerando o intervalo de tempo citado, 2017 foi o ano com a produção mais pesada: 400,8 toneladas, número que caiu para 370 toneladas em 2018. Nem sempre o peso considera o volume da produção de lixo, como explica o gestor ambiental Kaio Dourado. “Esse resíduo não tem um valor agregado de peso, não tem peso muito grande, e sim um volume muito grande”, disse.
“Foi gerada nas unidades de Saúde uma grande quantidade, mas um peso limitado, menor. Por isso, nós não temos um aumento na coleta relacionada para barrar ou superar os anos passados”, acrescentou.
E a produção de janeiro a julho deste ano, segundo a Sesau, chegou a 300,8 toneladas. A expectativa do gestor ambiental é que a produção de lixo hospitalar deste ano, no âmbito das unidades do estado, supere a de 2020.
“Algumas unidades já liberaram cirurgias, operações. Hoje nós estamos praticamente com o peso igualado ao do ano passado. Até o ano que vem, nós já estamos superando o valor exato do ano passado. E até o final do ano, com certeza, nós vamos ter um valor muito superior ao do ano passado”, avaliou.
Para onde vai esse lixo todo?
Na Saúde estadual, a Norte Ambiental, contratada pelo governo, recolhe os resíduos hospitalares, que depois de coletados, são transportados, tratados e incinerados. O descarte segue os critérios da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A divisão do descarte é feita por grupos, tais como A (infectantes), B (químicos), D (comum) e E (perfurocortante). O processo após a coleta é o mesmo: autoclavagem e incineração, para depois ser descartado no aterro sanitário.
Segundo a Sesau, os resíduos comuns também são separados nas unidades hospitalares e coletados pelos caminhões de coleta de lixo dos municípios.