AGENDA DA SEMANA

Venezuela não tem respaldo jurídico internacional sobre a região de Essequibo, explica professor

O professor esteve nos estúdios da rádio Folha FM 100.3 para falar sobre o complexo litígio entre os países, que também faz fronteira com Roraima

Reginaldo Gomes de Oliveira é professor doutor em Relações Internacionais.  (Foto: Estúdio/FolhaFM)
Reginaldo Gomes de Oliveira é professor doutor em Relações Internacionais. (Foto: Estúdio/FolhaFM)

Convidado para o Agenda da Semana nesse domingo (12), o professor doutor em Relações Internacionais, Reginaldo Gomes de Oliveira, explicou que a Venezuela não tem “respaldo jurídico internacional” para seguir com o conflito sobre a região de Essequibo, pertencente à Guiana.

O professor esteve nos estúdios da rádio Folha FM 100.3 para falar sobre o complexo litígio entre os países, que também faz fronteira com Roraima. Segundo Oliveira, a região é uma área fronteiriça que não havia sido reclamada pela Venezuela até 1815, quando começou a se descobrir o petróleo no local.

Agora, o professor garante que o governo venezuelano de Nicolás Maduro está decidido a reaver a posse da região, mesmo sem estar previsto por lei.

“É sem cabimento. Ele [Maduro] não tem respaldo de nenhuma corte internacional jurídica para tomar, à força, esse território da Guiana. Esses argumentos [do governo] foram levantados em 1962 e foram parar na ONU não levaram a lugar nenhum. […] Mesmo assim Nicolas Maduro toma esse posicionamento e acredita que fazendo esse referendo para a população venezuelana decidir sobre a posse da região dá respaldo. Mas isso dá respaldo jurídico”, argumenta Reginaldo.

Ainda de acordo com o professor, essa questão levanta a insegurança para a região de tríplice fronteira e para Roraima. No entanto, acredita que talvez não haja conflito armado, uma vez que há apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra sob a Guiana.

“Essa ideia do Maduro de anexar à força a região do Essequibo trazendo essa insegurança amazônica e de relações internacionais, e os países vizinhos de grande poder, como é a França, única potencia europeia na Amazônia, não vão permitir essas ações, não só na questão do petróleo, mas também em ouro, madeira, cassiterita. Por isso eu acredito que isso deva ser resolvido diplomaticamente”, completa.

Interesses com a Guiana

Reginaldo relembrou que a atual situação de impasse na região de Essequibo parece com a Questão do Pirara, uma delimitação da fronteira em Roraima com a Guiana no século 19. Outros detalhes como a relação de Roraima com a Guiana, também foram abordados pelo professor que fez um histórico da região.

A entrevista completa com Reginaldo Gomes de Oliveira está disponível no YouTube. Confira!