A professora de Língua Portuguesa, Lorena Dourado, elogiou o tema “Invisibilidade e Registro Civil”, escolhido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que cerca de 3 milhões de brasileiros não possuem registro de nascimento. A informação baseou o mapa de apoio usado pela prova. “Achei relevante a escolha do tema, até porque a falta que faz essa visibilidade dessas pessoas gera o que a gente vê o que tá aí: a questão de que poderia ser muito mais pessoas lutando por elas mesmas”, avaliou.
Dourado disse ter se surpreendido com a proposição do tema, logo no momento em que o Governo Bolsonaro é acusado de interferir nas questões da prova. Neste mês, inclusive, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pediram demissão do órgão e protocolaram denúncias de assédio e interferência no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Controladoria Geral da União (CGU).
“Me surpreendi muito, mas eu tive a certeza que o Governo, na verdade, não teve gerência sobre a prova em relação às pessoas que saíram, e a gente vê isso pelo tema da redação, pelas questões também e os textos de apoio que aparecem na prova. […] Houve sim interferência, a partir do momento em que as pessoas que elaboraram a prova não permaneceram. E eu creio que a pressão deve ter sido muito grande, mas não havia tempo hábil para elaboração de outra prova e teve que ser essa mesmo”, analisou.