Cotidiano

Professores apontam problemas em escolas indígenas


AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Com um calendário diferenciado, as aulas nas 254 escolas estaduais indígenas têm previsão de início das atividades no dia 4 de abril de 2020. A Folha buscou a Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opir) para saber qual tem sido a real situação enfrentada pelos alunos dessas escolas, que vem desencadeando o atraso no início do ano escolar.

A coordenadora da representação indígena Edite Andrade apontou que várias escolas, em todo o Estado, precisam de reforma e ampliação, o que tem sido reivindicado pelas comunidades. Uma das escolas que vem carecendo desses serviços reparadores fica localizada na comunidade do Manoá, no município de Bonfim.

“Uma das razões para esse pedido em especial é um incêndio que teve por lá recentemente. O gestor veio com a gente e informou que havia encaminhado a solicitação para a Secretaria de Educação e Desporto (Seed). Por ela ser uma escola grande e atender bastante aluno, fico me questionando por que ainda não houve o retorno deles. Fora que tem outras escolas que também estão assim”, afirmou Edite, pontuando que a titular da Seed, Leila Perussolo, havia dito em uma reunião que duas escolas estavam sendo reformadas.

TRANSPORTE ESCOLAR – A coordenadora da Opir também ressaltou que a situação envolvendo o transporte escolar também tem sido alvo de reclamações e afirmou que a organização tem dado apoio a cada denúncia feita em órgãos de justiça. Edite também salientou que tem ouvido reclamações acerca do assunto, vindas do município do Cantá, em regiões como a comunidade da Tabalascada.

MERENDA INCOMPLETA – Segundo Edite, a Organização de Professores também tem recebido várias reclamações sobre a falta de itens que compõem a merenda enviada para as unidades escolares mais distantes.

“Tem que se observar se todos os componentes estão chegando para os alunos, por isso pedimos que haja a verificação em relação a isso. A gente vem pontuando essas questões para a Secretaria de Educação e temos recomendado aos gestores que acompanhem e façam o planejamento de tudo aquilo que é necessário, pois temos recebido denúncia de falta de merenda”, concluiu.

OUTRO LADO – A Seed reconheceu a precariedade da estrutura física dos prédios escolares que ficaram anos desassistidos de qualquer obra de reforma, tanto da capital, como interior, além das indígenas.

A pasta também afirmou que haverá obras que contemplarão toda a rede de escolas, por meio de emendas parlamentares. Reformas e ampliação, construção de quadras, construções de escolas na rede estadual de ensino e as escolas indígenas serão algumas das ações.

“Além disso, a Seed, juntamente com a Seinf (Secretaria de Infraestrutura), está realizando o levantamento das necessidades estruturais dos prédios escolares para obras de reforma e revitalização, por meio do PAR (Plano de Ações Articuladas)”.

Por fim, a Seed destacou que a entrega de itens da alimentação escolar e de gás de cozinha está regular em todo o estado, sendo que a cada 20 dias, os produtos são levados às escolas indígenas.