Cotidiano

Professores da Escola de Aplicação da UFRR paralisam atividades

Além de exigir melhoras salariais e mais investimentos na educação, docentes são contra a implantação de ponto eletrônico

Seguindo a decisão de outros estados, professores da Escola de Aplicação da Universidade Federal de Roraima (UFRR) deflagraram, nesta semana, greve por tempo indeterminado. Na manhã de ontem, 18, os docentes realizaram, no auditório da unidade, a primeira reunião após o início do movimento grevista, que conta com a adesão de 63 profissionais.

De acordo com Adriana Gomes, membro do comando de greve, a unidade é atendida pelo mesmo Sindicato dos Professores do Magistério Superior, grupo ligado à Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesduf-RR), tendo as mesmas reivindicações dos professores da universidade.  

“Para não prejudicar a finalização do ciclo bimestral da escola, só agora que nós decidimos deflagrar a greve no Estado. Hoje, nós estamos realizando a primeira reunião para tratar da discussão sobre as nossas necessidades profissional, desde a carreira a aspectos da aposentadoria. Serão várias atividades ao longo dessa semana justamente para estudar os pontos de reivindicação da categoria e ver o que o Governo Federal tem a dizer sobre isso”, contou.

Segundo Gomes, dentre as reivindicações mais urgentes estão o aumento salarial, de 27,3%; a suspensão da implantação do ponto eletrônico; e a aplicação de mais investimento nas universidades federais e colégios de aplicação, além da carreira previdenciária dos docentes federais.

“Atualmente, as escolas de aplicação do País passam por uma série de dificuldades, como o corte de verbas. Só aqui no Estado foi cortado 53% do nosso orçamento e isso prejudica bastante a manutenção da educação nas universidades e escolas de aplicação. Outra reivindicação da classe é em relação à carreira e a previdência, que é uma luta que nós estamos travando há vários anos. Infelizmente o governo não está negociando com a classe, que é um dos pontos principais da nossa pauta de reivindicações”, destacou.

A sindicalista destaca ainda que graças ao corte de R$ 12 bilhões na educação, muitas unidades podem sair prejudicadas, aumentando assim os riscos de queda de qualidades das instituições federais. “Nós entendemos que o não investimento na educação vai prejudicar, e muito, os nossos alunos. Nós somos uma das melhores escolas do Estado, temos nos mantido assim e se não houver concurso para reposição dos professores que estão se aposentando, não teremos condições de manter essa qualidade. Então, na realidade, nossa reivindicação é essa. Nós temos aproximadamente 500 alunos que são atendidos desde o 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio”, afirmou.

Uma nova assembleia entre os professores deverá ser realizada até o final dessa semana. Até lá, a categoria continuará com as atividades suspensas. “Nossa pauta já está pronta, foi entregue ao Ministro da Educação em 2014 e, até o momento, nós não temos respostas. Foi discutida com a base e nós compomos esse corpo docente que, em nível nacional, está lutando por melhorias educacionais”, concluiu a professora. (M.L)