Na manhã da última quinta-feira, dia 16, trabalhadores em Educação do município de Rorainópolis, na região Sul do Estado, cerca de 290 quilômetros da Capital, realizaram uma manifestação, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores do Magistério e Licenciados, Monitores de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais e Auxiliares Técnicos em Educação Infantil do Município de Rorainópolis (SINPMUR) para cobrar alguns pontos de reivindicação que estão na pauta para o ano de 2023.
De acordo com o presidente do Sindicato, professor Francisco Rodrigues Tolentino, a manifestação decorre da cobrança do reajuste do piso salarial. “No dia 10 deste mês tivemos reunião com a secretária de educação, aonde foi cobrado atualizações das progressões por titulação dos professores, horizontais e verticais, reajuste do piso salarial dos professores e também a superlotação de alunos em sala de aula, apesar das aulas ainda não terem começado, mas os professores já têm conhecimento da quantidade de alunos que estão matriculado na sua turma”, explicou.
Tolentino enfatizou ainda que diante de todas as cobranças, foi informado pela secretária de educação, ao fim da reunião, que não tinha autoridade de responder às reivindicações, motivo pelo qual, marcou uma reunião com o prefeito. “Ontem [dia 16], tinha uma reunião com o prefeito às 10h para dar esclarecimentos, mas não se encontrava na prefeitura porque teve que sair para outro compromisso em Boa Vista. Como estava tudo certo para esta reunião, aproveitamos este momento e fizemos esta manifestação na frente da prefeitura de Rorainópolis”, destacou.
O presidente do sindicato revelou que na segunda-feira, dia 20, estará reunido com os professores do município para tomarem algumas decisões em conjunto. “O piso salarial dos professores é reajustado anualmente e o prefeito não quer cumprir o que determina a lei do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica].
Na pauta de reivindicações estão, reajuste salarial dos professores em 2023; calendário escolar 2023; calendário de pagamento 2023; progressão (mudança de classe e nível para os profissionais de ensino).
A professora Dhaiannie Carpanini dos Santos, frisou que, sobre a pauta, estão reivindicando o reajuste do piso salarial de 14,95% sobre o piso de 2022. “A nossa pauta principal é essa. Temos uma superlotação de salas, principalmente, na educação infantil. Tem salas onde, por lei, deveriam ter 20 alunos e estão com 28 ou até 29 alunos e, assim como os professores, os demais profissionais da educação, em geral, estão pedindo a atualização de suas progressões, assim como os retroativos, desde quando deram entrada. Essas progressões são de cargos e salários, de níveis e classes, por tempo de serviço”, acrescentou.
Sobre a reunião não ter ocorrido no último dia 16, a professora disse que, na noite do dia anterior, quarta-feira, 15, o prefeito enviou um ofício pela secretária de gabinete, marcando uma nova reunião para o dia 28 deste mês de fevereiro. “A gente entende que isso é uma falta de respeito, porque não é a primeira vez que o prefeito desmarca uma reunião com o sindicato na noite anterior ao dia da reunião, por isso decidimos nos manifestar. O sindicato, como já tinha se programado para a reunião, para receber professores, tínhamos agendado com o jurídico para acompanhar, nós aproveitamos para conversar com os professores e pedir que cada um desse sua opinião e marcamos uma reunião extraordinária para o dia 20, para deliberar o que vamos fazer. Na resistência da prefeitura, do executivo, em nos pagar o piso, infelizmente não há o que fazer e vamos partir para a última instância que seria a greve”, ressaltou Dhaiannie Carpanini.
A professora reforçou ainda que a decisão pela greve é uma pauta que deve ser deliberada com todos os sindicalizados, com toda a categoria e, por isso, farão a assembleia extraordinária, no próximo dia 20.
A reportagem da Folha entrou em contato com o prefeito Leandro Pereira que, de antemão, confirmou a reunião do dia 28 deste mês, com o sindicato para discutir a pauta de reivindicações, mas garantiu que, em relação ao reajuste do piso salarial, está tratando o assunto com responsabilidade porque não quer apenas atender a demanda dos profissionais, mas assegurar que a prefeitura terá condições de manter o pagamento do valor do reajuste o ano todo.