Cotidiano

Professores do IFRR Amajari estão em greve

Com mais esta adesão, faltam apenas cruzar os braços os servidores dos campi de Novo Paraíso e Boa Vista

Servidores do campus Amajari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) estão em greve desde a manhã de ontem. Somente os campi de Novo Paraíso, em Caracaraí, e do Pricumã, em Boa Vista, continuam em funcionamento.

Além dos alunos do Município do Amajari, no Norte do Estado, a instituição atende ainda aos de Pacaraima (também na região Norte) e de Alto Alegre (Centro-Oeste), bem como as comunidades indígenas dessas regiões. São 750 alunos, dos quais 317 estudam em regime presencial e mais de 420 semipresencial por meio da Educação à Distância (EAD).

O sindicato da categoria informou que aguarda a adesão da greve dos campi de Novo Paraíso (Caracaraí, Centro-Sul do Estado) e Boa Vista, no bairro Pricumã, zona Oeste. A professora que representa os funcionários do Amajari, Claudina Miranda, explicou que 30% da categoria vão continuar trabalhando para tender à legislação.

“Infelizmente, um processo de greve afeta qualquer setor, porém, quando se trata da educação, trabalhamos com dias letivos, disciplinas, conteúdos, carga horária que devemos e, portanto, sempre cumprimos. A adesão à greve está ocorrendo aos poucos. Hoje registramos a participação de cerca 40 servidores entre técnicos e docentes”, complementou a professora.

Ela destacou que alguns pontos específicos estão na pauta e que precisam ser lembrados, como os cortes de verbas para a educação, a redução de bolsas em projetos, suspensão das visitas técnicas e perdas de auxílios. Também constam a construção de Campos Laboratoriais de Produção Animal e Vegetal, auxílio alimentação digno de uma quantidade mínima de refeições diárias, melhorias na infraestrutura da instituição e no serviço de restaurante, bem como melhorias no acervo bibliotecário, sinal de internet, expansão do Laboratório de Informática e a construção dos laboratórios de Química, Física, Biologia e Matemática com os equipamentos necessários.

A representante do movimento salientou que os cortes de recursos destinados à educação comprometem uma política já desenvolvida nos IFEs em nível nacional, ou seja, o comprometimento em desenvolver e oferecer ensino, pesquisa e extensão com qualidade aos alunos. Segundo ela, as perdas no orçamento ferem o princípio de Educação democrática e com equidade, indo de encontro com a Campanha Nacional “Brasil, Pátria Educadora”.

Os funcionários que exercem os cargos no campus Amajari cobram o retorno do auxílio transporte, pelo fato de estarem em local de difícil acesso. Segundo eles, os órgãos de controle alegam que recebem o benefício de forma ilegal por não possuírem serviço de transporte coletivo, no entanto, utilizam táxis.

O Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) informou que a paralisação das atividades no Campus Amajari estava prevista, uma vez que quase todas as instituições federais estão reivindicando em conjunto uma pauta extensa ao governo federal.

Dentre os itens estão reajuste de 27,3% para repor as perdas inflacionárias, data-base, precarização da rede federal, contra ao Projeto de Lei das Terceirizações e cortes no orçamento da educação, conforme explicou o presidente do Sinasefe – Seção IFRR, Marcos Ferreira.