Cotidiano

Professores do interior assinam acordo

Depois dos professores indígenas, agora os profissionais do interior decidiram voltar ao trabalho, rachando ainda mais o movimento grevista

Após reunião de negociação que durou cerca de duas horas na noite desta sexta-feira, 18, o Governo do Estado conseguiu fechar acordo com os professores do interior, que resolveram encerrar a greve, fazendo um racha no movimento grevista. Na segunda-feira, 21, eles deverão retornar às salas de aula. Na noite de terça-feira, os professores indígenas também aceitaram o acordo e desistiram da greve. Somente os da Capital se mantêm em greve.

No acordo de ontem, o governo se comprometeu a não descontar as faltas dos professores, a partir da reposição das aulas perdidas, conforme calendário apresentado pela categoria, nos mesmos moldes do que já havia sido acordado com os professores indígenas.

A chefe da Casa Civil, Danielle Campos, considera que houve bom senso por parte dos professores do interior, que aceitaram a proposta apresentada pelo governo. “Eles entenderam que a proposta apresentada contempla os anseios da categoria. E agora eles retornam às escolas na segunda-feira”, destacou, acrescentando que os professores da Capital, que também optarem por voltar às aulas, terão os mesmos benefícios dos professores do interior.

O representante dos professores do interior, Rubenildo Pereira de Oliveira, disse que a pauta é favorável. “Reitero que hoje todos os professores do interior acreditam no que foi proposto pelo governo. Se a gente, como educador, não viabiliza uma negociação, como vamos reivindicar direitos? Então, nós decidimos retornar às escolas, porque são pelos nossos alunos que devemos resguardar esses direitos”, disse.

O documento final com as propostas de acordo foi assinado por todos os professores. O secretário estadual de Administração, Frederico Linhares, informou que a folha de pagamento de setembro ainda não foi fechada. “Ainda temos tempo hábil para fazer as correções necessárias de forma que os professores receberão os salários normalmente”, explicou.

A reunião contou com a presença de 30 representantes, entre eles o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), Ornildo Roberto. Ele disse que respeita a posição tomada pelos professores do interior. “Na verdade, gostaríamos que todos nós estivéssemos juntos finalizando esse posicionamento. Os companheiros dos municípios tomaram a decisão de sair nesse momento e nós temos que respeitar”, frisou.

PROPOSTAS – As propostas do governo são as seguintes: Pagamento integral das progressões de 2015 e das atrasadas de 2008 a 2010 em novembro deste ano; Pagamento das progressões atrasadas, conforme proposta já apresentada pelo governo na reunião realizada com a categoria no dia 24 de agosto de 2015 (referente a 2011, pagamento integral em janeiro de 2016; de 2012, em seis parcelas também em janeiro de 2016; de 2013, pagamento integral em janeiro de 2017; e de 2014, em seis parcelas a partir de janeiro de 2017); correção imediata das inconsistências da Lei 892/2013; abono das faltas com volta imediata ao trabalho e reposição das aulas perdidas, em estrito cumprimento ao que preceitua a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional); efetivação das demais propostas acordadas na audiência de conciliação realizada no Tribunal de Justiça.