Um grupo de professores e acadêmicos do Centro Universitário Estácio da Amazônia está encabeçando um movimento para criar uma versão local da Comissão da Verdade, que investiga os casos de vítimas do regime militar e as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado.
O grupo é capitaneado pelo professor e advogado criminal, Raimundo de Albuquerque Gomes.
Ele informou que já vem fazendo estudos sobre esse assunto e entrou em contato com a secretaria de Direitos Humanos, em Brasília, para tratar desse tema.
“Nossa ideia é analisar e fazer estudos sobre mortos e desaparecidos na época da ditadura dando ênfase aos acontecimentos ligados a abertura da BR-174, na região da reserva Waimiri Atroari”, disse.
De acordo com o professor, a Comissão da Verdade nacional já encerrou seus trabalhos através de um relatório final que já foi entregue ao arquivo nacional, mas o estudo tratando dos crimes de lesa humanidade no Estado de Roraima não apresenta tantas informações como deveria.
O professor explicou que o Governo Federal, por meio da Lei 12.528/2011, criou essa Comissão da Verdade, no âmbito da Casa Civil na Presidência da República.
O Brasil ao ser condenado pela comissão interamericana de Direitos Humanos deu início a uma investigação sobre mortos e desaparecidos na ditadura militar, por meio da Secretaria de Direitos Humanos.
Depois do estudo local será feita uma análise documental e, a partir daí, programar a realização de audiências públicas para ouvir pessoas que trabalharam na abertura da estrada.
“Depois de feita toda essa coletânea enviamos para a secretaria de Direitos Humanos em Brasília e, sem seguida, para o arquivo nacional, para que passe a fazer parte da história do país”, comentou.
O estudo deve durar dois anos. “Vamos chamar as pessoas que possivelmente possam nos relatar o que houve naquela época. Vamos ter a participação de acadêmicos e professores de cursos como História, Antropologia, Geografia, Jornalismo e Direito da nossa e de outras em que pretendemos realizar acordos de cooperação, bem como outros órgãos, e principalmente os principais interessados, os indígenas”, finalizou.
Fonte: Centro Estácio da Amazônia