Cotidiano

Professores questionam ausência do Inglês obrigatório em escolas estaduais

Profissionais sugerem a convocação do cadastro reserva dos professores de Inglês do último concurso da Educação estadual e o aumento da oferta de vagas para professores da área nas escolas. Secretaria Estadual de Educação ainda não comentou o assunto

Professores de Inglês que prestaram o último concurso da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) questionam a falta da oferta do ensino obrigatório de Língua Inglesa a partir do 6º ano do Ensino Fundamental em algumas escolas estaduais de Roraima.

Eles citam as alterações feitas em 2017 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que preveem o ensino obrigatório da Língua Inglesa a partir desta etapa da Educação Básica. Sugerem, ainda, a convocação do cadastro reserva dos professores de Inglês do concurso e o aumento da oferta de vagas para professores da área nas escolas.

Segundo a professora de Inglês, Sabrina Aliaga, aprovada em 6º lugar no certame para a capital, apenas as escolas estaduais de Bonfim e Normandia ofertam o Inglês. “Na capital Boa Vista, poucas escolas ofertam a disciplina, os demais municípios oferecem único e exclusivamente o espanhol e que infelizmente a Seed não ofertou no certame um quantitativo de vagas na área de Inglês para os demais municípios”.

“Na capital, há 59 escolas estaduais, em que apenas 26 são contempladas com o ensino do Inglês no Fundamental II. Já no Ensino Médio, a Seed optou por ofertar apenas o Espanhol e algumas escolas dividem as etapas, como exemplo, a Escola Estadual Vitória Mota Cruz no bairro Paraviana, que oferta o Inglês no Fundamental II e o Espanhol no Médio. Observarmos uma clara irregularidade no cumprimento da LDB, pois a educação deve ofertar o Inglês nas duas etapas de forma obrigatória, há outras 33 escolas estaduais da capital que ofertam exclusivamente o Espanhol nas duas etapas”, explicou Aliaga, que citou ainda a importância do idioma como o mais falado do mundo e é o mais exigido no mercado de trabalho.

Para o professor de Inglês, Daniel Schramm, 55º no cadastro reserva para a capital, a falta do Inglês em algumas escolas prejudica os estudantes. “Já se passaram quase cinco anos da obrigatoriedade, tempo suficiente para a disciplina estar no currículo de todas as escolas”, criticou ele, que tentou, sem sucesso, saber da Seed o quantitativo real de professores necessários para atender as escolas que ainda não possuem a disciplina.

Procurada, a Seed não comentou o assunto até a publicação da reportagem.