No próximo dia 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data foi criada em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afo-latino-americanas e Afro-caribenhas. No Brasil, o dia 25 também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, conforme a Lei 12.987/2014. Em Roraima, contudo, a celebração começa nesta quinta-feira, 11.
Conforme a programação, a abertura do Julho das Pretas começa às 19h, na Praça do Cidade Satélite, com cine, roda e debate, seguido de apresentações culturais negras. O encerramento acontece no dia 27, às 17h, na Casa de Capoeira do Parque Anauá.
Atualmente, a população negra corresponde a 53,92% do povo brasileiro. A cada 10 pessoas, três são mulheres negras. Entretanto, o preconceito e as discriminações persistem e as mulheres seguem sub-representadas no trabalho de menor valor e mais precarizado, como trabalho doméstico ou outras ocupações informais. Os índices de violência são ainda mais alarmantes.
O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no mundo: são 13 mulheres assassinadas por dia no país. De acordo com o Mapa da Violência (2015), entre 2003 e 2013, aumentou em 54,2% o assassinato de mulheres negras, enquanto houve diminuição de 9,8% para as mulheres brancas.
As mulheres negras são também as mais atingidas pela violência obstétrica (65,4%) e pela mortalidade materna (53,6%), de acordo com dados do Ministério da Saúde e da Fiocruz.
A integrante do Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur), Antônia Pedrosa, explica a importância do momento.
“Ainda hoje as mulheres negras são subjugadas na base da pirâmide de vários países. Enquanto o feminicídio de mulheres brancos diminuiu, o de mulheres negras aumentou. É importante fazer alusão a essa data e em Roraima não vai ser diferente. É preciso conversar, discutir e refletir sobre o cenário”, disse.
Confira a programação completa abaixo:
• 11/07 (quinta-feira), às 19h – Abertura do Julho das Prestas com Cine + Roda e Debate, seguido de apresentações culturais negras – Praça Cidade Satélite;
• 18/07 (quinta-feira), às 18h30 – Roda de conversa sobre: Religiões de matrizes Africanas e os impactos da intolerância na vida das mulheres negras. Encerramento ao som dos tambores no Templo de Umbanda Ogum Yara, localizado na rua Thereza Magalhães Brasil, 220, Senador Hélio Campos;
• 25/07 (quinta-feira), às 18h30 – Sarau + Feira Preta (apresentações culturais diversas, oficinas, danças, artesanatos) – Praça Germano Sampaio;
• 27/07 (sábado), às 17h – Cine + roda e debate, na Casa de Capoeira Parque Anauá.
DIA NACIONAL
– Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que se tornou rainha do Quilombo após a morte de seu companheiro durante o século 18. Sob sua liderança, as comunidades negra e indígena resistiram à escravidão por duas décadas.