O transporte de mercadorias com passagem para a Venezuela está parado há quase duas semanas. A informação é dos caminhoneiros que estão parados na Receita Federal, em Pacaraima, após terem sido proibidos de passar na aduana.
De acordo com os relatos, os auditores-fiscais estariam em paralisação por aumento de salário. Com isso, as fiscalizações teriam sido reduzidas, inicialmente, e somente 30% do pessoal estava trabalhando. Dias depois, desde a última sexta-feira (20), ninguém podia passar pela aduana porque a Receita estava totalmente fechada.
“Aqui na receita federal, em Pacaraima, tudo parado. Tudo na greve dos auditores-fiscais. A receita está desse jeito […] e a gente que trabalha com caminhão, suas contas para pagar, dívida com caminhão, tudo parado”, diz um dos caminhoneiros em vídeo.
Outro relatou que apenas a passagem de cargas viva ou com medicamento estaria sendo liberada e que não há mais espaço no pátio e no município. “Agora parece que está pior porque eles não estão mais nem permitindo o pessoal de ficar no pátio e não tem previsão de alguma coisa ser feita, porque, segundo eles, enquanto o governo [federal] não negociar com eles, não vai ser liberado nada”, completou Edmilson Aguiar, do grupo Amigos do Volante.
Paralisação dos auditores-fiscais
A reportagem da FolhaBV entrou em contato com a assessoria da Receita Federal para manifestação do que tem acontecido na aduana em Pacaraima, que se manifestou por meio da seguinte nota:
O movimento dos Auditores-Fiscais da Receita Federal visa garantir o implemento do bônus de eficiência, direito estabelecido na Lei nº 13.464/2017, mas que o governo federal insiste em ignorar há 7 anos.
Então, trata-se de uma demanda antiga, já aprovada em Lei, que o governo vem protelando e tem causado prejuízos, tanto aos servidores quanto à sociedade em geral.
Os Auditores-Fiscais, em exercício na Inspetoria da Receita Federal do Brasil em Pacaraima/RR, estão colaborando com um movimento justo, que está acontecendo em todo o País, como se vê nas paralisações que estão ocorrendo nos Portos, Aeroportos, Pontos de Fronteira, Delegacias da Receita e no Conselho de Recurso Fiscal (CARF).
Vale salientar que, mesmo durante o movimento reivindicatório, os Auditores continuarão trabalhando na liberação de cargas sensíveis, como medicamentos, animais vivos e cargas perecíveis.