Cotidiano

Projeto Caçari de Roraima prevê inclusão do fruto e derivados na alimentação escolar

A previsão é de que no segundo semestre deste ano, algumas escolas de Boa Vista disponham do suco de caçari na merenda

A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) formalizam, neste mês, convênio de cooperação técnica, a fim de desenvolver a cadeia produtiva do caçari. O Projeto Caçari de Roraima objetiva inserir na alimentação escolar da rede pública estadual complemento alimentício derivado do fruto.

De acordo com o especialista da Embrapa, Edvan Chagas, as pesquisas, que hoje possibilitam o consumo de subprodutos do caçari começaram em 2009, por meio do projeto ‘Domesticação, Melhoramento e Valorização de Fruteiras Nativas da Amazônia’.

Com base nesse trabalho realizado pela Embrapa, o Departamento de Agronegócio, da Seplan, iniciou uma parceria para o desenvolvimento do Projeto Caçari de Roraima. “O Deagro tem, dentre outras atribuições, a finalidade de elevar o potencial de desenvolvimento do estado, por meio de alternativas simples com os recursos naturais disponíveis”, afirmou o diretor de Agronegócio, Régis Monteiro.

O convênio possibilitará o repasse de tecnologia e de informações por parte da Embrapa e a criação de políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do caçari, envolvendo os extrativistas e a agroindústria, por parte do governo estadual.

Segundo Monteiro, equipe técnica já tem o mapeamento das regiões onde o caçari é encontrado e realiza pesquisa para obter o número de produtores que trabalham com o extrativismo do fruto.

Como a maior concentração do caçari está localizada na região Sul, nos municípios de Caroebe, São João da Baliza, Rorainópolis e em toda a extensão do baixo Rio Branco, e o ponto mais imediato onde há existência da planta é na região do Passarão, zona rural de Boa Vista, os trabalhos começam por Boa Vista, para otimização de recursos.

CAÇARI NAS ESCOLAS

A previsão é de que no segundo semestre deste ano, algumas escolas estaduais de Boa Vista disponham do suco de caçari na merenda. De acordo com a engenheira agrônoma do Deagro, Ivaníria Figueira Faquinella, integrante do Projeto Caçari de Roraima, no início, serão escolhidas três escolas da região com maior vulnerabilidade social para inserir o suco como um componente alimentar a mais na merenda dos estudantes.

Segundo o diretor de Agronegócio, Régis Monteiro, a compra do caçari será feita por meio do Programa de Aquisição de Alimentos, para favorecer os extrativistas e também a agroindústria familiar, que já trabalha com o processamento da polpa.

Além disso, o cultivo da planta pode se tornar atividade rentável em escala maior. “Já temos uma pressão externa, em um bom sentido, para execução desse projeto, pois fizemos um estudo com a Embrapa e chegamos a uma comparação surpreendente do produto caçari com a soja. A saca da soja custa em torno de 18 dólares. O quilo do pó de caçari pode alcançar até 40 dólares. É uma atividade muito lucrativa”, ressaltou.

Com informações do Governo do Estado.