Cotidiano

Projeto de hidrantes em Boa Vista ainda não foi discutido pelos órgãos

Oito meses depois de ter denunciado que apenas um hidrante estaria em funcionamento normal em Boa Vista, a Folha voltou a procurar os órgãos competentes para saber o que já foi feito neste período para solucionar o problema.

Oito meses depois de ter denunciado que apenas um hidrante estaria em funcionamento normal em Boa Vista, a Folha voltou a procurar os órgãos competentes para saber o que já foi feito neste período para solucionar o problema. A Folha falou com as assessorias de imprensa do Corpo de Bombeiros, Caerr (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima) e Seinf (Secretaria Estadual de Infraestrutura) e nenhum dos órgãos procurados deram informações precisas. O Corpo de Bombeiros informou, pela assessoria de imprensa, que o comandante não se pronunciaria; a Caer falou de um projeto que teria sido elaborado e enviado à Seinf, que, por sua vez, afirmou desconhecer tal projeto.        
Conforme a Folha apurou, a Capital dispõe de 23 hidrantes espalhados pelas principais ruas e avenidas e que, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, é muito pouco. E o pior! Que apenas um deles está em funcionamento: o que fica na esquina da avenida Glaycon de Paiva com a Terêncio Lima, no Centro, onde funcionava a primeira sede do Corpo de Bombeiros. Os outros 22 hidrantes instalados, inclusive no Aeroporto Internacional de Boa Vista, no Palácio do Governo e no Centro Comercial da Jaime Brasil e na Sebastião Diniz, não funcionam. Na avenida  Ataíde Teive, hoje um centro comercial da zona Oeste, não há nenhum hidrante.
Segundo o especialista em segurança, que preferiu não ser identificado, parte dos hidrantes estão sem ligação na rede, e os que estão ligados não apresentam pressão suficiente para atender uma emergência do Corpo de Bombeiros. “O sistema de hidrantes de Boa Vista tem que ser revisto urgentemente”, frisou.
Ele informou que durante a instalação do novo e moderno sistema de saneamento básico de Boa Vista, feito pelo Governo do Estado, através da Caer, não só desligaram da rede os hidrantes antigos como deixaram de fora do projeto a instalação de novos hidrantes. “Isto é muito grave! Como os bombeiros podem trabalhar sem água nos hidrantes?”, questionou.
Para ele, a falta deste equipamento é um grande obstáculo que o Corpo de Bombeiros enfrenta para combater incêndios em Boa Vista. “Com o hidrante, não há como faltar água, pois é interligado ao carro-pipa dos bombeiros, que acionam a bomba e jogam água com a pressão devida”, frisou.
CAER – Na reportagem divulgada em dezembro de 2013, a assessoria de imprensa da Caer informou que a companhia havia montado um grupo de trabalho para fazer um levantamento da situação dos hidrantes em Boa Vista. Entretanto, a empresa informou que é uma prestadora dos serviços de tratamento e distribuição de água, de coleta e tratamento de esgoto sanitário, portanto, possui a concessão fornecida pela Prefeitura de Boa Vista. Informou, ainda, que os investimentos estruturais em saneamento básico são, por lei, de responsabilidade compartilhada entre Estado e Município, e que estão incluídos no plano diretor da cidade. (R.R.)