Um projeto desenvolvido no âmbito do curso de História da Universidade Estadual de Roraima (UERR) conquistou um prestigioso prêmio nacional. O trabalho, que promove a valorização da memória local, foi reconhecido como uma das três melhores experiências educativas de 2022 pela Fundação Carlos Chagas (FCC).
A professora Giseli Deprá, do curso de História da UERR, será honrada com o Prêmio Professor Rubens Murillo Marques da FCC, em virtude do projeto intitulado “História e memória: o Museu Integrado de Roraima (MIRR) como espaço de ensino e aprendizagem”.
A docente competiu com pesquisadores de todo o país que estão envolvidos no desenvolvimento de práticas educativas inovadoras em cursos de licenciatura.
A FCC, uma organização sem fins lucrativos que não apenas realiza processos seletivos, mas também apoia ações de pesquisa e educação, concederá prêmios em dinheiro no valor de R$ 30 mil, além de diplomas e troféus (réplicas de uma escultura da artista plástica Vera Lucia Richter) às três pesquisadoras premiadas. Adicionalmente, os trabalhos das vencedoras serão publicados na Série Textos FCC.
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Giseli expressou sua satisfação e alegria por fazer parte dos três projetos vencedores e por representar a região extrema norte do Brasil. Ela destacou a importância e motivação dessa conquista para sua instituição, o corpo docente do curso, os alunos e, é claro, para si mesma.
O projeto foi implementado após o retorno às aulas presenciais no período pós-pandemia da COVID-19, quando as expectativas dos alunos, especialmente nas disciplinas de prática profissional, estavam em alta. Os alunos buscavam oportunidades de aprendizado fora da sala de aula e ansiavam por vivenciar o trabalho de historiadores em campo, experiências que haviam sido limitadas durante as aulas remotas.
A escolha do Museu Integrado de Roraima (MIRR) como cenário para o projeto foi estratégica, uma vez que o MIRR é o único museu em Roraima e um dos poucos espaços não formais do estado que possibilitam a realização de aulas práticas. O MIRR, inaugurado em 1985 e fechado em 2011, proporcionou aos alunos a oportunidade de conhecer um museu pela primeira vez, bem como ter contato com acervos e elementos da cultura etnográfica local, que até então eram apenas discutidos e estudados em sala de aula. O envolvimento da equipe do museu também evidenciou que, ao mesmo tempo que o acervo museológico necessitava de tratamento após uma década fechado para o público, o curso de História carecia de novos espaços para expandir suas atividades curriculares.
O coordenador do curso de História, Prof. Dr. André Fonseca, considera que o prêmio é um reconhecimento e uma valorização dos projetos e do corpo docente da UERR. Ele ressalta que, além do Museu, a instituição mantém parcerias de cooperação técnica com várias instituições, como o Centro de Memória do Poder Judiciário Estadual, a Secretaria Estadual de Cultura e o Centro de Documentação Indígena da Missão Consolata, que permitem que os alunos participem ativamente desses locais. A cerimônia de premiação da FCC está programada para ocorrer de forma remota em 24 de novembro de 2023.
