A aprovação do projeto de lei apresentado pela vereadora Aline Rezende (PRTB) com a proposta de mudar o nome da Praça do Centro Cívico para batizá-la como o nome do ex-governador Ottomar de Sousa Pinto, tem causado divergências. Uns dizem que é uma justa homenagem, outros classificam como desrespeito trocar o nome Joaquim Nabuco, que atualmente daria nome à praça. Há ainda os que dizem que a medida é desnecessária.
A pesquisadora Cecy Brasil se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais e classificou a proposta como inaceitável. “É preciso que a ‘nobre vereadora’ (com letra minúscula mesmo), leia mais, e saiba da importância que esse ilustre patriota fez em prol do Brasil, consequentemente para Roraima, na questão da demarcação dos limites fronteiriços”, disse, ao defender o nome de Joaquim Nabuco.
Em outra postagem, a escritora questionou a afirmação de que Ottomar teria sido a maior liderança politica que Roraima estado já teve. “Sem dúvida ele foi um grande visionário! Entretanto, isso é o seu ponto de vista, no meu, por exemplo, (falando do Território, pra cá), foi o coronel Hélio da Costa Campos”, disse, se dirigindo diretamente à vereadora.
Em resposta, Aline Rezende rebateu dizendo que a principal praça de Boa Vista inicialmente foi denominada de Praça do Coreto, e que posteriormente, foi renomeada Praça Joaquim Nabuco e, “há mais de 30 anos, passou a ser denominada apenas de Praça do Centro Cívico”.
“Verifica-se, portanto, que nossa praça já teve três nomes ao longo de sua existência, sendo que o meu projeto pretende, apenas, acrescentar à Praça do Centro Cívico o nome daquele que foi a maior liderança política que nosso Estado já teve e passar a se chamar ‘Praça do Centro Cívico Governador Ottomar de Sousa Pinto’”, justificou a parlamentar.
A vereadora disse ainda que não há nenhuma referência ao nome antigo da praça, “assim como não há registro de lei na Câmara Municipal de Boa Vista neste sentido”.
O autor do livro História de Roraima, Aimberê Freitas, em discussão nas redes sociais, explicou quem foi Joaquim Nabuco: “Joaquim Nabuco tem seu trabalho guardado na Biblioteca Nacional do Rio no setor de Obras Raras. É, com certeza, o intelectual brasileiro que mais estudou essa questão envolvendo as terras do Rio Branco. E o caso só foi resolvido em 1903. Só temos o que temos hoje graças a Joaquim Nabuco. Jamais deveria ser mudado o nome da praça. Era melhor homenagear o Otomar mudando o nome do Parque Anauá”, explicou e opinou.