Cotidiano

Projeto roraimense representará o Brasil em Mostra de Ciência, no Peru

O objetivo é “sequestrar” o carbono emitido pelos automóveis e limpar o ambiente para diminuir as incidências de doenças respiratórias e cardiovasculares

O Estado de Roraima será representado na “7ª Muestra Cientifica Latinoamericana”, que acontecerá no período de 3 a 7 de novembro, na cidade de Trujillo, no Peru.
A conquista foi dos alunos Marcos Henrique e Vinícios do Nascimento, da Escola Estadual Carlos Drumond de Andrade, localizada no bairro Pricumã.
Sob a orientação dos professores Ivo Almir Ferreira e Eliana Fernandes Furtado, os estudantes desenvolveram o projeto “Sequestro e Catálise do Carbono – Choque de Partículas”.
Para chegar a esse patamar o projeto enfrentou um longo caminho. Após seleção de apenas dois trabalhos no Brasil durante a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), ocorrida em março deste ano na Universidade de São Paulo, o trabalho foi escolhido e credenciado pela Associação Brasileira de Incentivo à Tecnologia e Ciência (Abritec).
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Protótipo tem um quinto do tamanho original e serve para purificar o ar poluído por CO2 (Foto: Ascom-Seed)
A ideia do catalisador, segundo Vinícius, iniciou em 2012 a partir da percepção da grande emissão de CO2 na atmosfera. “Com intuito de amenizar essa emissão nós criamos um protótipo que, com cinco etapas, sequestraria o carbono de modo que o ar ficasse mais limpo para melhorar nossa saúde”, contou.
Representar o Estado em uma Feira Internacional, para ele, é uma responsabilidade indescritível. É a primeira vez que o Estado participa de um evento como esse.
“Teremos o peso de carregar o País inteiro nas costas. É algo muito gratificante que nos trará conhecimento e experiência ao longo dos anos”, frisou.
A professora Eliana Fernandes explicou que a classificação soou como um grito de vitória para todos.
“No momento em que recebemos o prêmio foi uma emoção inexplicável, demorou a cair à ficha”, ressaltou. Eliana corre contra o tempo para garantir o embarque. “Precisamos das passagens, pagamento da inscrição, diárias porque é um País que nós não conhecemos”.
COMO FUNCIONA
Com recursos próprios, equivalente a R$ 2 mil, a máquina responsável pela catalisação de ar poluído é formada por 55 peças e tem o objetivo de “sequestrar” o carbono emitido pelas descargas dos automóveis e limpar o ambiente para diminuir as incidências de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Formado por cinco sistemas distintos e movido a base do vento, como eólico, convenção, pressurização, catálise similar aos usados em automóveis, colisão e retentivos.
O processo consiste em coletar o ar poluído e distribuir nos demais sistemas até liberá-lo livre de qualquer impureza.
O físico e orientador do projeto, Ivo Almir, explicou que a máquina pega as partículas nocivas à saúde e transforma em um elemento inofensivo, por meio do choque de partículas.
“A construção do protótipo demorou cerca de 90 dias. Aí ainda tem o projeto escrito, a questão de testes, materiais, maquinário envolvido. Eu montei na minha casa, por 13 anos, um laboratório de maquinário de metal”, frisou.  
Esse projeto foi criado para ficar nas grandes avenidas da cidade, porque tem o movimento dos carros. “Quando o carro vem e que vai cria um vórtice, esse vórtice é que vai fazer o sistema eólico funcionar, mesmo não tendo vento porque o movimento dos carros cria uma passagem de ar”, explicou.