Cotidiano

Protesto cobra das autoridades uma medida para resolver impasse

Desde ontem de manhã que o servidor público Marcos Herbert Félix sumiu depois que saiu em um carro oficial levado por indígenas que ocupam o prédio do DSEI-Leste

Servidores públicos federais e a família de Marcos Herbert Félix, que está desaparecido desde ontem (17) de manhã depois que se reuniu com manifestantes indígenas que ocupam o prédio do DSEI-Leste, fizeram um protesto na tarde desta quinta-feira, cobrando das autoridades medidas para tentar resolver esse impasse que está causando prejuízos aos servidores.

A esposa do servidor, Naracir Félix, contou à reportagem que o apelo dos colegas e da família é para que os indígenas forneçam informações de como está Marcos e entendam que a situação não pode ser resolvida dessa forma.

O vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Roraima (Sindsep), José Carlos de Oliveira Gibim, reforçou o pedido, afirmando que a decisão de mudança na coordenação do DSEI-Leste é puramente política e quem os servidores não podem ser sacrificados com uma questão nem mesmo tempo poder de decisão sobre a demanda dos indígenas.

“A gente sabe que tem a interferência junto aos políticos na indicação e isso – de certa forma, traz uma insatisfação para as comunidades indígenas. Então a reivindicação deles, a gente até entende que seja justa, mas o que não pode é isso respingar em cima dos servidores, dos trabalhadores do serviço público que estão aqui para cumprir o seu papel e nesse momento eles estão impedidos de realizar suas atividades”, criticou o sindicalista.

O sindicalista Gibim informou à reportagem que além do protesto de hoje que teve a finalidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades, os servidores iriam procurar o Ministério Público Federal, a Justiça Federal e a Polícia Federal para cobrar um posicionamento para o seqüestro do servidor.

Estamos aqui em solidariedade ao colega Marcos que está sendo vítima da arbitrariedade de um grupo de indígenas que estão criando essa situação. Enquanto o movimento deles era pacífico, tudo bem. A gente até apoiava. Agora a gente não pode apoiar esse tipo de coisa porque é um colega amanhã é outro e o mais grave: somos servidores e não somos responsáveis pela situação que está passando e criando essa insatisfação nos indígenas aqui do estado de RR.

A esposa do servidor que está desaparecido há mais de 24 horas contou o que aconteceu depois que soube que o marido havia sido levado pelos indígenas da sede do DSEI. Segundo ela, os dois servidores que entraram com Marcos para se reunir com os manifestantes contaram que ao chegar à reunião, os indígenas informaram que não teria nenhuma conversa e que os dois estariam liberados, mas que Marcos teria que ficar.

Entrou as duas testemunhas. Quando ele entrou no portão maior, eles prenderam ele, disseram: olha ninguém sai mais. Estavam de cacetete e madeira. E disseram que não haveria reunião algum e que os outros ficassem na deles e que o

“Eles alegaram que o Marcos iria para uma reunião fora daqui. Chegou um carro, que é da instituição, colocaram ele nesse veículo, com um indígena do lado e do outro, e uma pessoa a frente e levaram ele para um rumo ignorado. E não entraram em contato”, contou Naracir.

Ele disse ainda que chegou a entrar na sede do DSEI para falar com os indígenas e “eles falaram que era para esperar até a tarde, que ele iria aparecer”. De lá, a esposa de Marcos esteve na sede da Polícia Federal para fazer uma queixa. Ela foi ouvida pelo delegado que garantiu que as equipes estão em diligências para descobrir o local onde está o servidor.