Manifestantes se reuniram, no início da noite de ontem, em frente à sede administrativa da Eletrobras Roraima, no Centro, para protestar contra a péssima qualidade na prestação dos serviços de fornecimento de energia elétrica no Estado. A mobilização foi bem tímida, contando com pouco menos de 15 pessoas, mas o suficiente para chamar a atenção de quem passava pela avenida Ene Garcez. Até crianças participaram do ato.
De acordo com a idealizadora do evento, a inspetora do meio ambiente Indira Paracat, 45 anos, a ideia é chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade do respeito aos direitos do cidadão. “Nós estávamos sofrendo um aumento nas contas de energia de mais de 40% e simplesmente não houve nenhuma explicação convincente em relação a isso, já que temos, inclusive, uma energia que vem da Venezuela e nós não fazemos parte do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Então, a gente quer saber do por que desse aumento, até pelo fato de nós já pagarmos uma energia muito cara”, afirmou.
O grupo fixou cartazes com mensagens de efeito, exigindo melhorias no abastecimento energético das famílias, que nos últimos dias vêm sofrendo com as constantes quedas de energia. Velas foram acesas e espalhadas em parte do percurso que leva à sede administrativa da empresa energética. “Nós somos cidadãos comuns, trabalhamos muito, pagamos impostos, honramos com as nossas contas, mas, por obrigação, queremos pagar algo que realmente seja condizente com um serviço de qualidade. Algo que seja justo, e não esse absurdo que está impondo”, disse Indira.
O grupo promoveu ainda uma pequena passeata em direção à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Para o funcionário público do Tribunal de Justiça de Roraima, Jorge Schwinden, 52 anos, novas manifestações deverão ser feitas até que haja efetiva mudança na qualidade de vida do cidadão roraimense.
“Eu, como agente público, preocupado com o bem público, digo que nós não podemos perder a nossa capacidade de indignação. Todos os sistemas públicos estão a bancarrotas, indo por água abaixo, e nós, cidadãos, nos revoltamos com tudo isso. Sobre essa questão do aumento de tarifa, foi dada uma liminar em Brasília e ela é de caráter transitório. Ou seja, pode ser derrubada a qualquer momento, e nós queremos uma solução definitiva”, pontuou.
JUSTIÇA – No final da manhã de quarta-feira, a Justiça suspendeu liminarmente a permissão dada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Eletrobras Distribuição Roraima reajustar a tarifa de energia em 40,33% em Boa Vista. A juíza Luzia Farias da Silva Mendonça, da 4ª Vara da Seção Judiciária de Roraima, concedeu a liminar que suspendeu o aumento que vigorava desde o dia 1º.
A decisão atende a uma ação popular protocolada na sexta-feira passada, 06, pela advogada Carlen Padilha, a pedido da bancada federal de Roraima. As principais alegações são de que o reajuste é abusivo e o fornecimento de energia elétrica é precário no Estado. (M.L)