A vida militar aparentemente não é ambiente convidativo para muitas mulheres. Profissão escolhida, em sua maioria, por homens, poucas decidem se dedicar aos rigores exigidos pela carreira militar. As mulheres começaram a fazer parte deste cenário, até então, predominantemente masculino, em 1970, na Polícia Militar de São Paulo.
Em Roraima, a primeira turma de militares femininas foi incorporada no dia 24 de abril do ano 2.000 e trouxe como novidade 40 policiais. Atualmente, a PM-RR conta com efetivo de 1.911 policiais, destes, 277 são mulheres. Vinte e seis são oficiais, sendo duas, majores, cinco capitãs e 19 tenentes. Elas ocupam cargos de comando na corporação.
A capitã Cyntya Loureto ingressou na Polícia Militar em 2007 e progrediu. Inicialmente atraída pela estabilidade financeira proporcionada pelo cargo público, a então soldado se apaixonou pela profissão e decidiu seguir a carreira. Ela esclarece que “a vida militar é complexa e exige comprometimento integral no dia a dia”.
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“Passamos a ter outro estilo de vida, outros hábitos, outra cultura, outros pensamentos. Nosso organismo compulsoriamente se adapta às mudanças fisiológicas inerentes a cada atividade que desenvolvemos. Os diversos desafios da carreira militar nos tornam mais fortes ainda, devido ao fato de termos que vencê-los de forma igualitária aos homens da corporação, mesmo com nossas peculiares dificuldades” disse.
Para as militares da PMRR, as oportunidades de crescimento profissional são garantidas por lei. No estatuto que rege a instituição são assegurados às mulheres direito à concorrência em seletivos internos e em concursos para o quadro de oficiais e progressão hierárquica, podendo chegar ao posto de coronel.
Nos últimos dois anos, a presença feminina alcançou mais destaque com a implantação dos projetos de policiamento comunitário e da Ronda Maria da Penha. A capitã Cyntya Loureto acredita que a presença de policiais femininas nos atendimentos especializados ajuda na compreensão rápida da situação, com desenvoltura baseada em experiências próprias da policial, permitindo que o atendimento seja humanizado e eficaz.
