A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) promoveu no fim de fevereiro uma ação de saúde na Cadeia Pública de Boa Vista, onde foram feitos testes rápidos de HIV, sífilis, hepatites B e C nos quase 700 detentos. Porém, até o momento não foram divulgados os resultados apontando o atual estado de saúde dos presos.
Questionada pela Folha sobre o motivo de não informar as condições de saúde dos presidiários à população do Estado, a Sesau informou que não poderia repassar o número de pacientes com resultado positivo para doenças em respeito à vida particular de cada um, mesmo que não fossem informados dados pessoais, como nome, sobrenome e idade.
De acordo com a Sesau, “os números de casos positivos das infecções testadas não são divulgados, tendo em vista a manutenção da privacidade dos detentos, em relação ao estado de saúde deles”.
Apesar disso, a pasta ressaltou que acompanha o estado de saúde dos presos nas unidades prisionais do Estado em parceria com a Coordenadoria-Geral de Atenção Básica com ações pontuais de prevenção e sensibilização para evitar a transmissão dessas infecções. Além disso, o órgão informou que os casos confirmados das referidas doenças são encaminhados para os tratamentos específicos, seja em unidades de saúde fora do sistema prisional, ou dentro do presídio.
“Quando há casos positivos de HIV ou hepatites B ou C, o detento é encaminhado para tratamento no Serviço de Assistência Especializado [SAE]. Quando necessário, eles são escoltados até a unidade e depois voltam para a cadeia”, explicou a Sesau em nota.
Com relação a quem for diagnosticado com sífilis, a pasta informou que o Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) fornece o medicamento e o tratamento é feito dentro da cadeia pela equipe de ajuda do núcleo em parceria com a do sistema prisional.
ENTENDA O CASO – O Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde fez no fim do mês passado na Cadeia Pública de Boa Vista testes rápidos em parceria com equipes de saúde Boa Vista.
Foram feitos testes de HIV, sífilis e hepatites B e C em todos os 692 presos. Cada um passou por quatro exames, totalizando 2.768 atendimentos.
Na época, Valdirene Oliveira, gerente do Núcleo de ISTs da CGVS ressaltou que a medida era uma forma de garantir o tratamento, caso fosse necessário.
“Além disso, orientamos que as famílias realizem os testes também. Isso é muito importante para evitar que novas pessoas adoeçam”, disse Valdirene. (P.C.)