Cotidiano

Quatro categorias de servidores públicos estão em greve em Roraima

A educação é o setor mais atingido, pois além da greve dos professores estaduais, os servidores da UFRR e IFRR também estão de braços cruzados

Como forma de sensibilizar os governos para atender suas reivindicações, os servidores públicos tanto federais como estaduais de vários segmentos estão de braços cruzados em todo o país em busca de melhorias salariais e estruturais. Em Roraima, essa luta dos servidores atingiu até agora quatro instituições.

Além dos professores estaduais que já estão na maior greve da categoria, os servidores da Universidade Federal de Roraima (UFRR), do Instituto Federal de Educação (IFRR) e do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) também estão parados há mais de dois meses.

A greve dos professores da Educação do Estado já completou mais de 40 dias e apenas os professores do Interior voltaram às salas de aula. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinter), Ornildo Roberto, os professores da Capital ainda pretendem discutir a proposta apresentada pelo Governo.

“A forma como as propostas estão sendo encaminhadas é impositiva, principalmente, quando eles dizem que só terão validade se a greve for suspensa. A base dos trabalhadores entende que essa imposição não deveria acontecer”, comentou o sindicalista, ao informar que a categoria que atua em Boa Vista está em vigília no ponto de concentração, aguardando um retorno do Governo para uma audiência com a secretária Selma Mulinari.

Ao contrário desse impasse que se criou com a categoria dos professores, os servidores federais caminham para dar fim as greves que suspenderam as aulas nas universidades e institutos federais e os atendimentos nas unidades do INSS.

UFRR
Já na Universidade Federal de Roraima (UFRR), os professores já estão mais de 90 dias parados. Segundo a presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf), Sandra Buenafuente, houve uma flexibilização por parte da categoria em alguns pontos de reivindicações e isso pode contribuir para um encaminhamento de finalização da greve.

No entanto, hoje (21) o sindicato encaminhou nota à imprensa protestando atitudes da gestão da UFRR numa forma de forçar o fim da greve da categoria. “Enquanto os professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) estão em fase final de negociação com o MEC (Ministério da Educação e Cultura), com novas propostas e estratégias na pauta de reivindicações, a Reitoria da UFRR continua fazendo manobras antidemocráticas para acabar com o movimento de greve, de forma autoritária”, dizia a nota da Sesduf à imprensa.

Ainda conforme a nota, a última tentativa da reitoria foi lançar uma consulta entre os diretores e coordenadores de cursos solicitando o posicionamento de cada um deles a respeito da paralisação dos docentes.

O Sindicato enumera outras medidas, que na análise dos grevistas, são “manobras” para enfraquecer o movimento.“Demonstram uma total falta de respeito a um movimento que é legal e que foi construído dentro do processo democrático. O mais lamentável é ver os próprios professores lutando contra sua própria categoria”, lamentou a professora Sandra Buenafuente, membro do Comando Local de Greve (CLG) e presidente da Sesduf-UFRR.

INSS
Os servidores do INSS em Roraima estão em greve desde o dia 31 de julho. Segundo um dos membros do Comando de Greve dos servidores do INSS, Luís Fellipe Sousa, há uma possibilidade de a categoria colocar em votação esta semana o fim da greve.

Isso porque a proposta que agradou os servidores está sendo aguardado um posicionamento formal do Ministério do Planejamento sobre a mesma. “Apesar do pacote de cortes do governo federal, nas últimas reuniões houve avanços entre a categoria e o governo. Porque antes só se faziam reuniões, mas dessa vez veio algo de concreto. Hoje (21) há uma previsão dessas reivindicações serem formalizadas e os estados votarem pelo fim do movimento grevista”. Explicou.

IFRR
A segunda maior greve dos servidores dos Institutos Federais de Educação atingiu em Roraima quatro unidades das cinco que existem no estado. Os campi de Amajari, Novo Paraíso e Boa Vista da Zona Oeste, além dos servidores da Reitoria estão em greve em busca de melhorias profissionais.

Conforme o representante em Roraima do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissionalizante e Tecnológica (Sinasefe), Marcos Ferreira, a categoria no estado está parada há mais de dois meses parados.

Uma das principais reivindicações tanto de professores como de técnicos é que o Governo Federal evite fazer mais gastos no orçamento da Educação que já perdeu cerca de R$ 12 bilhões até agora. Além disso, os servidores dos institutos cobram a definição de uma data-base para o dia 1º de maio, o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para os técnicos, mudança de carga horária para 30 horas para os técnicos administrativos.

Segundo ele, a proposta do Governo continua de conceder um reajuste 21,5% de forma parcelada em quatro anos. A reivindicação dos servidores é de 27,5%. Os técnicos e professores