Uma área de 4.580 quilômetros quadrados já foi consumida pelo fogo em Roraima, segundo relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). É como se quase 460 mil campos de futebol tivessem sido destruídos pelas chamas nesta temporada. Aos poucos, o dado se aproxima do registrado na seca severa de 1998, quando 11 mil quilômetros do território do Estado foram destruídos.
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Pelo levantamento do órgão, com base em informações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), já foram 2.670 focos de calor entre 1º de janeiro e 4 de março no Estado. Sessenta por cento desses registros estão em áreas privadas, 23% em terras indígenas, 13% em áreas de assentamento e 4% em outras áreas como assentamento e terras públicas.
O documento foi obtido pelo deputado federal Gabriel Mota (Republicanos) e compartilhado com exclusividade com a Folha. Na semana passada, o parlamentar se reuniu com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em Brasília, para cobrar explicações sobre a ajuda federal ao Estado.
O relatório também cita o esforço do governo federal para conter a crise, por meio do emprego de 341 servidores. entre 225 brigadistas e 118 colaboradores. Há desde janeiro o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), composto por órgãos estaduais e federais, como Ibama, Inpe, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e as polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF).
Conforme o levantamento, a operação federal conta com quatro helicópteros, 41 viaturas, cinco veículos utilitários multitarefas, uma auto bomba tanque florestal, um caminhão rodofogo, um posto de comando móvel, uma infraestrutura de acampamento e equipamentos individuais.
O documento cita também ações federais de prevenção, como a construção de 25 quilômetros de aceiros na Terra Indígena Yanomami, as 271 queimas prescritas e 92 queimas controladas em territórios indígenas e a fiscalização de 36 fazendas.