A Terra Yanomami registrou redução de 62% em área queimada, nos meses de janeiro e fevereiro desse ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Em entrevista à CNN, a diretora de Ciência do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, disse que é possível relacionar a queda com a intensificação das ações de combate ao garimpo realizadas pelo governo federal.
“Houve uma redução que foi ainda maior na terra indígena Yanomami. É possível avaliar essa mudança como uma consequência do reaparecimento do Estado na região e de uma governança que foi reinaugurada para o cumprimento da lei”, disse.
Diferente dos demais estados que registram chuvas nos primeiros meses do ano, Roraima costuma registrar altas temperaturas, que podem provocar focos de calor. No primeiro bimestre, inclusive, o estado foi o que mais teve áreas queimadas no país.
A Amazônia foi o bioma mais atingido por queimadas no primeiro bimestre. Foram cerca de 230 mil hectares atingidos. Mais da metade (59%) da área queimada nesse bioma foi em formação campestre, dos quais pertencem Roraima, Mato Grosso e Pará – que foram os campeões de queimadas -. Entre os diversos usos da terra, o que respondeu pela maior área queimada foi a pastagem (8%, ou 15 mil hectares).
Mato Grosso e Pará tiveram 90 mil hectares e 71 mil hectares queimados, respectivamente. Ao lado de Roraima, esses estados representaram 79% do total da área queimada no Brasil nos dois primeiros meses de 2023.
No entanto, Roraima respondeu sozinho por mais da metade (57%) da área queimada no Brasil em fevereiro: mais de 141 mil hectares, extensão 19% superior à mapeada em janeiro. A quase totalidade desse território (98%) é de formações campestres.