Cotidiano

R$ 390 milhões são destinados para investimentos em turismo

Novo programa do Governo Federal "Roraima+Turismo" quer focar nas necessidades e possibilidades de investimento em cada município

Representantes dos municípios participaram ontem, 27, de uma reunião sobre o novo programa de investimento do Ministério do Turismo. O Programa de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo “Prodetur + Turismo” disponibiliza cerca de R$ 390 milhões para desenvolvimento do setor no Estado.

O encontro aconteceu no auditório da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan) e foi presidido pelo Departamento de Turismo de Roraima (Detur), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima).

Na ocasião, o diretor do Detur, Ricardo Peixoto, explicou que no Estado o programa será chamado de “Roraima+Turismo” e será conduzido pelo Departamento. Peixoto também instruiu os gestores sobre as medidas que devem ser tomadas para que os municípios tenham acesso ao recurso disponível no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

FUNCIONAMENTO – A primeira etapa, que aconteceu ontem, foi a explicação aos gestores e representantes municipais sobre a importância do programa. Em seguida, o Detur espera que os gestores levem os conhecimentos adquiridos para suas localidades e compartilhem as informações com a administração municipal. Depois, levantem as principais necessidades para assim estabilizar a criação dos órgãos municipais de turismo de cada cidade.

Esses órgãos recém-criados, também chamados de “estâncias de governança”, serão responsáveis pela prestação de contas com o Governo Federal. Após o estabelecimento destes órgãos, inicia o processo de planejamento das obras estruturais de melhoria, adequação do turismo a partir dos produtos representativos de cada município e implantação final do programa.

Segundo o diretor do Detur, Ricardo Peixoto, compete ao Estado fazer com que os municípios se estruturem. “Esses recursos são basicamente para infraestrutura turística, ou seja, criar as condições para que cada município desenvolva seu produto. Em Roraima, são três regiões turísticas: as Águas e Florestas da Linha do Equador, Savanas Amazônicas e Extremo Norte do Brasil que podemos desenvolver”, explicou.

Sobre o recurso disponível, de cerca de R$ 390 milhões, o diretor esclareceu que isso não quer dizer que o valor está fechado. “Nós podemos ter menos como podemos ter mais, depende dos projetos que nós vamos elaborar”, pontuou. “Cada demanda deve ser apresentada a nós, do Detur, e nós vamos apresentar ao BNDES. Queremos que até o dia 11 de maio os municípios nos apresentem as suas demandas e a partir daí nós começamos juntos com o nosso grupo de trabalho para elaboração dos projetos propriamente ditos”.

Peixoto também acrescentou que o momento atual é de trabalhar de forma coletiva, com os municípios trabalhando em parceria. “Não podemos mais agir de maneira isolada. O Município de Mucajaí, por exemplo, que já tem um evento consagrado que é a Paixão de Cristo. Temos que trabalhar o Cantá, que é do lado, para que cada um se integre”, afirmou.

INTERIOR – Presente na reunião, a Diretora de Turismo da Prefeitura de Caracaraí, Maria Amélia Aguiar, acredita que a medida vai facilitar o desenvolvimento de uma atividade econômica sustentável. Na sua localidade, os projetos devem focar na capacitação de profissionais hoteleiros, de restaurantes, guias turísticos e na criação de um local central que reúna informações do município.

“Nós queremos trabalhar um dos nossos atrativos naturais que é a Corredeira do Bem Querer, no Baixo Rio Branco como pesca esportiva e também o turismo de selva e de aventura, com trilhas e observação de pássaros em parceria com o Parque do Viruá”, completou a diretora.

PROJETO – No início de abril, o Ministério do Turismo retomou o programa de desenvolvimento chamado “Prodetur”, um programa macro de financiamento e geração de recursos aos estados, que havia sido encerrado em 2015 e o alterou para o “Prodetur+Turismo”.

Segundo Peixoto, o programa atual difere dos anteriores pela forma em que ele distribui a atenção para todos os municípios do Estado, ou seja, não se concentra mais na Capital. No país todo, o volume de investimento é de R$ 5 bilhões. Em Roraima, o volume é de 124 milhões de dólares, cerca de R$ 390 milhões, oriundos de recurso do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agora disponível no BNDES. (P.C)