Cotidiano

Reajuste em tarifa energética não afetará Roraima

Aneel reajustou valor da bandeira tarifária vermelha 2 em 52%

A partir deste mês de julho, a conta de energia vai ficar mais cara na maior parte do país, após um reajuste na bandeira tarifária vermelha feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

No entanto, este reajuste não valerá para os consumidores roraimenses, porque o Estado é o único excluído do Sistema Interligado Nacional (SIN). 

Desde 2015 que a Aneel resolveu adotar o sistema de bandeiras na conta de luz, para o consumidor saber se está pagando o valor normal ou um valor a mais pela energia elétrica. As bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica.

Apesar de estar livre do reajuste, estar desconectado ao SIN não é vantajoso para o Estado. Isso porque a primeira opção do sistema é a energia hidrelétrica, a forma mais barata de gerar energia no país.

Somente em períodos de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como diesel e gás, com maior custo. 

Por estar fora do SIN, a demanda de Roraima é atendida justamente pelas termoelétricas, que além de serem mais poluentes, produzem energia mais cara. 

Linhão de Tucuruí

No mês passado, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados que as obras que permitirão Roraima receber energia do SIN (Sistema Interligado Nacional) começam no 2º semestre de 2021.

A obra do chamado Linhão de Tucuruí foi contratada por meio de leilão em 2011, e a conclusão estava prevista para 2015. Agora, depende da finalização de um protocolo de consulta junto à comunidade indígena da reserva Waimiri-Atroari, já que as linhas de transmissão passam por 122 quilômetros desse território.

Bandeiras tarifárias

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo. A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo de R$ 1,874 por 100 kilowatt-hora (kWh) consumido.  A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período.

A bandeira vermelha é dividida em dois patamares. No primeiro patamar, o valor adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo, na razão de R$ 3,971 por 100 kWh; o patamar 2 aplica a razão de R$ 9,492 por 100 kWh.

Os valores das bandeiras foram reajustados no dia 29 de junho. O aumento mais significativo foi o do patamar 2 da bandeira vermelha, o mais alto de todos. O aumento foi de 52%.  O reajuste das bandeiras provoca um impacto no valor final da conta de luz, segundo a Aneel, de 4,9%.