FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
As provas do concurso da Polícia Civil deveriam ocorrer neste fim de semana, nos dias 16 e 17, mas a Procuradoria-Geral do Estado (Proge) recorreu da decisão de manter o certame e pediu pelo cancelamento ou suspensão no último dia 8. O Tribunal de Justiça de Roraima ainda está analisando o pedido, mas não há uma data estipulada para a divulgação da decisão.
Após a determinação do juiz de primeira instância Luiz Alberto de Morais Junior, da 2ª Vara de Fazenda, de manter o concurso com base em um termo de ajustamento de conduta (TAC), a Proge recorreu da decisão afirmando que o momento econômico em que o acordo foi assinado era outro e que atualmente não há condições de realizar o certame.
A Fundação Vunesp, responsável pelo concurso, garantiu que as provas deverão ocorrer neste fim de semana, conforme decisão da Justiça divulgada no dia 4, mas não informou os horários e locais de provas, pois estão aguardando a publicação do edital de convocação.
CONCURSEIROS – Durante uma entrevista coletiva no dia 7, o governador Antonio Denarium (PSL) anunciou que manteria os concursos da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) e da Polícia Militar (PM), ficando indefinido o da Polícia Civil.
A falta de informações sobre a decisão judicial, bem como sobre os locais de provas tem causado insegurança aos estudantes inscritos.
Hudson Trajano se inscreveu no concurso e afirmou que se sente uma “massa de manobra”, pois “os Poderes podem decidir algo e voltar atrás a qualquer momento”.
“Temos o TAC para a manutenção do certame, mas sabemos que o governo já recorreu e estamos esperando a resposta do juiz. Só queremos uma resposta rápida porque estudamos e gastamos bastante, e só precisa que o juiz decida”, declarou Trajano.
Já Melissa Gomes cobrou por celeridade na decisão judicial e lamentou por existir a possibilidade de cancelamento, pois, de acordo com ela, muitas pessoas passaram anos se dedicando a estudar para este concurso e serão prejudicadas, caso seja cancelado.
“Não por ser tachada como da categoria de concurseira, mas me vejo como uma cidadã que está sendo privada de um direito porque quando a Justiça cobra os nossos deveres é imparcial, não dá um direito de resposta e quer uma atitude imediata, mas na hora de fazer valer os nossos direitos há um pouco caso e isto me afeta como uma pessoa que batalha, que rala duro durante a semana”, declarou Melissa.