Cotidiano

Rebanho de Roraima não possui riscos de ter casos do mal da ‘vaca louca’

Segundo especialista da ADERR, nunca houve casos suspeitos no estado. Vigilância é realizada antes dos abates.

O mal da ‘vaca louca’, que afeta o sistema nervoso bovino, voltou às manchetes nesta quarta-feira (22) após a confirmação de um caso no município de Marabá, no estado do Pará. Nos rebanhos de Roraima, porém,  não há riscos da doença, conforme Sylvio Botelho, médico veterinário fiscal agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (ADERR).

“Ocorre uma fiscalização muito intensa aqui nas propriedades com relação ao consumo de ração animal, principalmente ração derivada da farinha de carne, proibida para ruminantes. E no estado de Roraima, o boi, ainda em sua maioria, é criado exclusivamente a pasto. Nós temos aqui só dois ou três confinamentos. Então, o nosso risco de aparecer um mal da vaca louca aqui, é praticamente desprezível”, explicou Botelho.

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Chamado tecnicamente de Encefalopatia Espongiforme Bovina, o mal da vaca louca possui longo período de incubação entre dois e oito anos, e ocasionalmente mais longo. Ainda não há tratamento ou vacina contra a doença.

O animal identificado com o mal da vaca louca no Pará, era um macho de 9 anos, criado a pasto e sem ração. Ele foi abatido e teve a carcaça incinerada no local.

Ainda conforme Botelho, a principal vigilância nos rebanhos é um exame feito pelo veterinário antes dos abates. Desta forma, os animais são examinados e, caso haja alguma alteração, é realizado o abate.  Segundo ele, Roraima nunca teve casos suspeitos da doença.


Animais são examinados antes dos abates, conforme Sylvio Botelho – Foto: Nilzete Franco/FolhaBV

“Nós esperamos que essa notícia também não mexa com o preço da carne. Essa é a maior preocupação dos produtores, que haja aí uma desvalorização do produto, da carne vermelha. Com relação à ADERR, as medidas aqui já são tomadas, o estado já faz vigilância para essa doença, então não há risco nenhum aqui pro rebanho, nem para a população em relação à vaca louca. O roraimense pode continuar comendo a carne dele tranquila, o seu churrasco, sem medo nenhum”, afirma.

Atualmente, o Brasil é classificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, em inglês) com o menor grau de risco para a doença: “insignificante”. As exportações da carne brasileira para a China foram suspensas, conforme o protocolo entre os dois países em casos como esse.