Cerca de 3,3 mil rebanhos suínos de Roraima deverão passar por um controle sorológico da Peste Suína Clássica (PSC) no primeiro semestre de 2020, informou a Agência de Defesa Agropecuária (ADERR). Roraima e outros dez estados (AM, PA, AP, MA, PI, CE, RN, PB, AL e PE), estão na área reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como fora da zona livre da doença no país.
O mais recente caso da PSC no Brasil foi registrado em Traipu, no Alagoas, e confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Apesar de semelhantes clinicamente, a doença não possui ligação com a Peste Suína Africana (PSA).
Segundo a Embrapa, ambas são enfermidades virais graves que infectam suínos e não causam doença em humanos. Entretanto, conforme informação disponível no site da estatal de pesquisa agropecuária, a peste africana é “mais severa”, sendo uma doença viral “devastadora”. Porém, está erradicada no Brasil desde a década de 1970 e atualmente é “considerada exótica no país”.
A diretora de Defesa Animal da ADERR, Erika Paracat Santiago, explica que a previsão deste estudo faz parte do plano de ação brasileiro, que pretende tornar o país livre da peste suína em uma década.
“Roraima não vacina contra a peste suína clássica por não se ter ainda casos notificados. Então, o que vai ser feito é a sorologia para ver se há circulação viral no estado ou não. É algo que a gente acredita não ter, até por ser uma doença que tem casos muito graves e fortes. Não tendo, a gente vai pleitear o status de livre sem vacinação. Caso seja detectado, será feito um estudo via MAPA da necessidade ou não de se iniciar uma vacinação dos rebanhos”, apontou.
De acordo com Erika, a compra de suínos de procedência é uma medida eficaz contra a proliferação de doenças no rebanho.
“É importante que tenham a documentação, como o GTA [Guia de Trânsito Animal] que é sinal de em algum momento ter havido uma fiscalização na propriedade. O animal que tem documentação, a probabilidade de sanidade é bem maior”, salientou.
Erika frisa a importância do cadastro dos produtores de suínos junto à Agência, para o estudo. “O produtor pode procurar qualquer escritório da ADERR em todos os municípios. Levar um documento pessoal, da propriedade, que pode ser um contrato de compra e venda, e informar a quantidade de animais. Nós faremos uma vigilância inicial para verificar a existência desses animais, se estão sadios e, a partir de então, ele vai estar regularizado com a agência”, explicou.
Devido muitos produtores também possuírem rebanhos bovinos, Erika recomenda que os criadores aproveitem a campanha de vacinação para realizar este cadastro. “Os produtores que também possuem rebanho suíno, devem aproveitar a campanha da febre aftosa para acertamos esse cadastro de suinocultura, que será muito necessário para o ano que vem”, finalizou.
Sintomas devem ser comunicados imediatamente à ADERR para fiscalização
Segundo a Embrapa, a PSC é transmitida por secreções nasais ou orais, picadas de carrapatos, ferimentos e injeções. Além disso, pelo contato com cadáveres de animais infectados, equipamentos contaminados, roupas e calçados de indivíduos que mantiveram contato direto com animais doentes ou em período de incubação da doença (em geral de quatro a seis dias, com um intervalo de oscilação de dois a 20 dias). Por ser um vírus, a transmissão tem potencial para se espalhar rapidamente.
A diretora de Defesa Animal da ADERR, Erika Paracat Santiago, solicita que produtores comuniquem imediatamente à Agência quando constatados quaisquer sintomas. “É uma doença ruim para o rebanho, que afeta a produção em si. Eles são sacrificados e incinerados. Não se trata a sintomatologia da PSC, ela é erradicada. A gente pede que o produtor rural tenha essa proximidade com a ADERR em casos de qualquer doença que possa acontecer e nos comunique”, disse.
SINTOMAS – Hemorragia, que pode levar à morte; febre alta; falta de coordenação motora; orelhas e articulações azuladas; vômitos, diarreia; falta de apetite; esterilidade e abortos; leitões natimortos ou com crescimento retardado. Entre as características da doença estão também o agrupamento de animais nos cantos das pocilgas e a morte após quatro e sete dias do início dos sintomas.