Cotidiano

Receita investiga sonegadores e descobre indícios de empresas fantasmas em RR

Em números prévios, pelo menos R$ 20 milhões estão sendo sonegados por empresas que prestam serviço ao Governo do Estado

A operação “Face Oculta”, deflagrada no mês de junho pela Receita Federal em Roraima, já identificou, em números prévios, que pelo menos R$ 20 milhões estão sendo sonegados por empresas que prestam serviços ao Governo do Estado. Esse valor pode dobrar até o final da operação, já que apenas oito das quinze empresas que estão na mira da Receita foram auditadas. A informação é do delegado da Receita Federal em Roraima, Omar Rubin, que informou haver fortes indícios de empresas fantasmas e de laranjas agindo em nome dos verdadeiros donos das empresas em Roraima.
Essa é a primeira vez que a Receita Federal em Roraima desencadeia uma operação neste sentido e, segundo Rubin, os técnicos chegaram ao montante depois de cruzar os dados de pagamentos do Estado com as informações fornecidas pelas empresas.
O delegado revelou que o volume de vendas das empresas já auditadas não condiz com o que estava sendo declarado à Receita Federal. Nos processos já concluídos, foram detectadas inconsistências devido à comprovação de dados de serviços e fornecimento de produtos ao Governo do Estado através de licitações, aquisições e ordem de pagamentos e parte desse volume de recursos não foi declarada à Receita Federal.
“A maioria das empresas já fiscalizadas não declarou nada ou declarou poucos tributos, embora algumas tenham contratos milionários com o Estado. Os dados são de estarrecer, diante da total incapacidade de fornecimento por parte de algumas empresas”, frisou.
Entre as situações alarmantes já detectadas pelos fiscais da Receita, o delegado citou a dificuldade de localizar alguns endereços informados. “Há casos de empresas que não conseguimos encontrar a sede, um domicílio fiscal e tributário, onde a empresa possa exercer suas atividades e fornecer suas mercadorias”, afirmou.
As empresas que não foram localizadas nos endereços indicados estão sendo declaradas inaptas pela Receita e, nesta condição, não podem ser contratadas pelo Poder Público. Os nomes das empresas não foram revelados, mas o delegado ressaltou que as investigações, agora em parceria com a Polícia Federal e o Ministério público Federal, caminham para se chegar ao real dono dessas empresas.
“Depois de comprovar que as pessoas que estão à frente destes empreendimentos não apresentam condições financeiras e ao constatar que a pessoa física não apresenta potencial econômico nenhum de negociar, acreditamos que tudo é colocado em nome de laranjas, que gerenciam tudo. Queremos identificar os verdadeiros donos destas empresas, pois não adianta fazer apenas uma autuação contra aquela pessoa que esta sendo usada como laranja”, frisou.
FACE OCULTA – A operação foi batizada de Face Oculta devido às informações inconsistentes declaradas pelas empresas à Receita Federal. “As empresas declararam informações que não refletem a realidade. Elas ocultaram os dados referentes ao faturamento. Por isso, desencadeamos a Face Oculta”, frisou. (R.R)