Cotidiano

Rede de incentivo à doação de medula óssea completa 13 anos em Roraima

“Quando encontramos um doador compatível, ele vivencia a alegria de quem salvou outra vida” 

O programa de Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), voltado para o cadastro de interessados em se tornarem doadores em potencial de medula óssea, completa nesta sexta-feira, dia 1, o seu décimo terceiro aniversário de implantação em Roraima.  

Atualmente, o Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima (Hemoraima) é responsável pelo cadastro de doadores voluntários. A unidade é responsável por atender as demandas de sangue das unidades da rede pública e privada espalhadas pelo Estado. 

A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, combatendo algumas doenças como linfomas e a leucemia, que afetam as células do sangue, prejudicando o funcionamento e colocando vidas em risco. 

Entre 2009 até o dia 30 de junho de 2022, 8.073 doadores locais se cadastraram no banco de dados da Redome. A servidora pública Janira Costa não esconde a satisfação de ajudar o Hemoraima. 

“Fui fazer o meu cadastro como doadora de sangue no Hemoraima e lá mesmo tomei conhecimento do papel da Redome. Aceitei fazer parte da rede em 2011 e em 2015 tomei conhecimento que havia uma compatibilidade com um paciente da Eslováquia. Fui até a unidade, fiz todos os exames, recebi o apoio de toda a equipe e a minha coleta acabou sendo realizada em Natal, no Rio Grande do Norte”, explicou. 

Como participar 

Para se tornar um doador de medula óssea, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, além de não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.  

Na unidade, o interessado preenche um formulário de cadastro que será inserido na Redome. A equipe também faz a coleta de uma amostra de sangue de 5 ml que será enviado para um laboratório de análise. Caso seu sangue seja compatível com algum paciente, o paciente será chamado para fazer a coleta de uma segunda amostra, que ocorrerá em outra cidade. Todas as despesas da viagem são custeadas pelo SUS, com direito a um acompanhante. 

Uma atitude que salva vidas 

O mesmo sentimento de poder contribuir para resguardar o máximo de vidas possíveis também motivou a advogada Lilian Rodrigues Melo a se tornar uma doadora de medula. Ela conta que há mais de 1 ano contribui com os trabalhos do Hemoraima, mas que hoje decidiu conhecer um pouco sobre o trabalho realizado pela rede Redome. 

“Eu sempre ajudo o Hemoraima com a doação do meu tipo sanguíneo, que é o O-, mas aí eu vi o cartaz e pensei: ‘Porque não ajudar quem também está precisando de doação de medula óssea?’. Passei pela entrevista com as assistentes sociais, elas me explicaram a importância [desse ato], que é muito raro [ter doador] e que ajuda muitas pessoas com câncer. Isso fez com que eu me decidisse também me tornar uma doadora”, completou. 

Vale lembrar ainda que o transplante de medula óssea pode ser indicado para tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças, incluindo a maioria dos tipos de leucemias. As chances de o paciente encontrar um doador compatível são de 1 em cada 100 mil pessoas, em média. 

A doação é um procedimento que se faz no centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções e leva em torno de 90 minutos, e se recompõe em apenas 15 dias. 

“A medula é uma substância que passa entre os ossos e é retirada através de punção ou pelo osso da bacia, e não pela coluna como muitas pessoas têm essa dúvida. Ela é retirada da bacia, por que é um osso mais esponjoso e melhor de retirar essa substância”, informou Maria. 

Há também o método de doação chamado coleta por aférese, onde o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese que colhe o sangue da veia do doador e não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia. 

“Quando encontramos um doador compatível, a alegria dele depois do retorno desse procedimento, ele diz que imaginava ser outra coisa totalmente diferente, quando ele vivencia que salvou outra vida”, concluiu Maria Madalena. 

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